'Sorte e genética': estudo analisa DNA de mulher que viveu até os 117 anos
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Mulher mais velha do mundo até agosto passado, quando morreu aos 117 anos, María Branyas tinha genes 17 anos mais jovens do que a sua idade, mostrou um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Barcelona.
O que o estudo descobriu?
Análise do DNA observou "genoma privilegiado". A pesquisa aponta que os genes de Branyas permitiam que as suas células se comportassem como se fossem mais jovens.
Microbiota igual a de uma criança. Também foi analisado o microbioma da idosa, que é o conjunto de bactérias em todo o corpo. Segundo os cientistas, a microbiota (microorganismos presentes nos intestinos) tinham excelentes padrões. Uma microbiota em equilíbrio é importante para manter a saúde em ordem, afastando o risco de doenças gastrointestinais, neurológicas e até mesmo problemas psicológicos, como a depressão.
Hábitos saudáveis preservaram as saúdes física e mental. Os pesquisadores afirmam que os comportamentos da idosa ajudaram a preservar o seu bem-estar e, por consequência, a vida. Ela não costumava beber e fumar, se alimentava bem, passeava e tinha contato frequente com a família e os amigos.
É o principal estudo com um supercentenário (pessoa acima de 110 anos). As análises começaram ainda antes da morte de Branyas e desejam criar hipóteses para explicar a longevidade neste grupo.
'Sorte e genética'
Branyas nasceu em 1907 nos EUA e mudou-se para a Espanha em 1915, em meio à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Ela se estabeleceu na Catalunha, onde viveu até o dia 19 de agosto de 2024.
Ela se tornou a mulher mais velha do mundo em 2023, após a morte da freira francesa Lucile Randon aos 118 anos. Ela dizia que a sua longevidade se explicava por uma combinação de "sorte e genética".
Ordem, tranquilidade, boa conexão com a família e amigos, contato com a natureza, estabilidade emocional, sem preocupações, sem arrependimentos, muita positividade e ficar longe de pessoas tóxicas. Maria Branyas, ao ser perguntada sobre os fatores que justificam a sua idade
Branyas chegou ao fim da vida lúcida e sem graves problemas de saúde, somente com dores nas articulações e perda auditiva. A mulher contraiu o vírus da covid-19 ainda em 2020, em uma época em que a Espanha vivia alta de casos e não tinha vacinas, mas ficou assintomática e se recuperou sem qualquer intercorrência.
Ela mantinha hábitos saudáveis e uma dieta mediterrânea, que prioriza alimentos "de verdade" —frutas, vegetais, peixes, azeite, pequena quantidade de vinho e derivados do leite. Inclusive, esse padrão alimentar passou a ser estudado após cientistas notarem a alta expectativa de vida das populações que a adotavam, na região banhada pelo Mar Mediterrâneo, que engloba o sul da Espanha, sul da França, Itália e Grécia.
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