Faz mal engolir esperma? Posso pegar alguma doença ao fazer isso?

Não faz mal - mas cuidado. Engolir o esperma tem relação com o fato de você não se incomodar com o gosto, cheiro e consistência do sêmen. Porém, se o parceiro tiver alguma IST (infecção sexualmente transmissível), como hepatite, clamídia, HIV, gonorreia, sífilis, herpes ou HPV, a doença passa pelo sêmen e pode também ser transmitida a quem engolir o esperma.

Aliás, mesmo que você não engula o sêmen, se a sua boca tiver algum tipo de machucado, ao entrar em contato com o esperma, também irá correr o risco de contrair uma IST.

Por isso, é muito importante realizar exames —tanto seu parceiro quanto você— para ter a total certeza de que ninguém tem alguma doença.

Se você conheceu a pessoa há pouco tempo, o ideal é usar camisinha, inclusive no sexo oral. Nos últimos anos, IST como o HPV, por exemplo, têm sido detectadas com mais frequência na boca e laringe —o que aponta para um sexo oral desprotegido.

Dessa forma, se você engoliu esperma de uma pessoa que não sabe exatamente se possui ou não alguma IST, é indicado procurar os serviços de pronto atendimento para testagem e avaliação do risco de ter contraído alguma doença.

No caso do HIV, mais especificamente, existe a chamada PEP (profilaxia pós-exposição), que é um antirretroviral indicado após uma exposição de risco ao vírus da Aids, como em violência sexual, relação sexual desprotegida ou algum acidente com exposição a material biológico. A medicação deve ser usada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas e, no máximo, em até 72 horas após uma possível infecção.

Já a PrEP (profilaxia pré-exposição) é indicada antes da exposição ao HIV e reduz a probabilidade de a pessoa se infectar. O medicamento é de uso diário —ou sob demanda— e impede que o vírus se dissemine no organismo. O antirretroviral deve ser usado sob a orientação médica para que o paciente seja devidamente acompanhado e realize exames regulares.

Fontes: Evaldo Stanislau, médico infectologista; Fernanda Remígio, médica infectologista; Karen Rocha De Pauw, médica ginecologista, obstetra e de reprodução humana.

*Com reportagem de fevereiro de 2023

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