Influência das redes liga alerta para beleza na geração Z: 'Padrão irreal'

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A geração Z é a mais influenciada pelas mídias e pelas redes sociais quando o assunto é a própria aparência e tem os "padrões de beleza" como principal influência externa na hora de fazer —ou de cogitar. Especialistas alertam para os efeitos desta questão na autoestima e a saúde mental dos jovens.
Os dados são do estudo global da Merz Aesthetics, empresa dedicada à medicina estética, divulgados durante o Imcas 2025, Congresso Internacional de Dermatologia, Cirurgia Estética e Plástica, no final de janeiro, em Paris.
Como levantamento foi feito
Foram entrevistados 15 mil adultos de todo o mundo, incluindo do Brasil. Eles disseram que fizeram tratamento estético no passado ou estão abertos a fazer em um futuro próximo. Os participantes têm de 21 a 75 anos —exceto na região da Ásia-Pacífico (China, Coreia do Sul e Tailândia), onde a faixa etária foi de 21 a 65 anos.
Dados da geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) contam com participantes a partir dos 21 anos, sem considerar jovens abaixo desta faixa etária. Eles representam 50% dos entrevistados.
Entre todos os entrevistados que fizeram algum tratamento nos últimos 12 meses, os procedimentos mais procurados foram:
- tratamentos faciais para rugas, linhas finas e suavização da pele (peelings): 45%;
- preenchimentos faciais injetáveis (como preenchimentos de ácido hialurônico para hidratação, reforços de colágeno/ bioestimuladores): 32%;
- injetáveis para tratamento de rugas e linhas finas (por exemplo, toxina botulínica, neurotoxinas, entre outros): 31%;
- dispositivo baseado em energia para "endurecimento" da pele (incluindo radiofrequência): 25%;
- microagulhamento ou microdermoabrasão: 22%;
- tatuagem facial semipermanente (por exemplo, maquiagem): 19%.
Geração Z e as influências externas
Os "padrões de beleza" influenciam 39% dos jovens da geração Z na busca por procedimento estéticos, número superior aos observados globalmente (27%). O grupo também é mais influenciado pelas redes sociais quando questionado sobre a própria aparência —do total, 42% dos entrevistados afirmaram que comparam sua aparência com outras pessoas nas plataformas digitais. Já 41% concordam que as mídias, no geral, influenciam na percepção da própria beleza, e 36% dizem se sentir pressionados a se enquadrar nos padrões de beleza da sociedade.
Dados da população geral, sem recortes de idade, são diferentes. 52% afirmam que "beleza é algo subjetivo" e 45% dizem estar satisfeitos com a própria aparência. 40% contam que as videochamadas os fizeram reparar mais na aparência. Os pontos levantados pela geração Z ficam por último, com 30%, 28% e 26%, respectivamente.
Impacto causado pelas redes entre a geração Z preocupa especialistas. Juliana Zimbres, diretora médica da América Latina da Merz Aesthetics, diz que há "padrões irreais de beleza" nas plataformas, que podem impactar na autoestima e na saúde mental dos mais jovens.

Nas redes sociais, circulam com grande velocidade informações não verificadas, imprecisas e até mesmo prejudiciais, que reforçam este ambiente de desinformação. É preciso desconstruir padrões irreais de beleza, buscando perfis que promovam autenticidade e diversidade, ou seja, que tragam representações de vidas reais. Juliana Zimbres, diretora médica da América Latina da Merz Aesthetics
Estudo elencou os três principais fatores externos que influenciam as pessoas. 66% afirmam que procuram (ou pensam em) um tratamento estético para lidar com o envelhecimento; 61% citam o desejo de parecer mais jovem e 38% procuram procedimentos após comentários de membros da família, de amigos ou dos parceiros.
Redes sociais impactam mais a geração Z na autopercepção. 42% sentem as plataformas "extremamente/muito influentes" na autoanálise. Dados são totalmente diferentes dos números gerais: na ponta, maioria se diz influenciado pelos parceiros (52%) e pelos profissionais de saúde (48%). As redes socias influenciam apenas 29%.
Zimbres reforça a importância em buscar fontes confiáveis de conhecimento. "Devemos identificar fontes confiáveis de informação, por exemplo, os profissionais de saúde especialistas em estética e farmacêuticas comprometidas com a ciência por trás de seus produtos e com a segurança e a satisfação dos pacientes que optam pelos tratamentos estéticos", diz a diretora médica da Merz Aesthetics.
Latinos são mais confiantes

Maioria dos participantes do estudo global se sente confiante. 72% concordam com a afirmação "me sinto confiante com quem sou".
Latino-americanos são mais confiantes. Considerando apenas os participantes dos países Brasil, Colômbia, Costa Rica, México, a porcentagem sobe para 81%.
78% dos entrevistados da América Latina relataram que se sentem "fortalecidos" depois de fazer um tratamento estético. 69% procuram tratamentos estéticos para refletir como se sentem por dentro e 70% disseram que os tratamentos estéticos têm impacto em como eles se veem.
A pesquisa veio para reforçar o que a gente já sabia: a maioria dos latino-americanos recorre ou considera os tratamentos estéticos não só para melhorar a aparência (85%), mas para melhorar a qualidade de pele (46%) e se sentirem mais confiantes (44%). Can Gumus, presidente da Merz Aesthetics Latam
*A jornalista viajou a convite da Merz Aesthetics.
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