Bronquite causa dificuldade para respirar: entenda doença que afeta o papa

O papa Francisco, 88, foi internado nesta sexta-feira (14) para tratar uma bronquite, segundo um comunicado oficial do Vaticano.

O que é a doença

A condição provoca inflamação persistente nos brônquios e pode causar crises de tosse e dificuldade para respirar. Brônquios são tubos que levam o ar para dentro dos pulmões. Eles se ramificam a partir da traqueia, até formarem os bronquíolos, que por sua vez alcançam os alvéolos pulmonares, estruturas onde ocorre a troca gasosa. Quando essas estruturas ficam inflamadas por algum motivo, dizemos que a pessoa está com bronquite —as vias aéreas se estreitam e surgem sintomas como tosse, catarro, falta de ar e chiado no peito.

A doença faz parte do grupo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Ela afeta milhões de pessoas no mundo e pode levar à perda progressiva da função pulmonar.

Em 2023, Francisco foi hospitalizado três vezes com quadros de bronquite. Ele sofre com problemas respiratórios e passou por uma cirurgia para remover parte de um pulmão devido a uma infecção grave aos 21 anos. Nos últimos meses, o pontífice tem apresentado dificuldades respiratórias que resultaram no cancelamento de compromissos públicos.

Tipos de bronquite

Existem dois tipos principais de bronquite: a aguda e a crônica. Apesar do mesmo nome e de muitos sintomas em comum, essas doenças são bem diferentes e, por isso, devem ser tratadas de forma distinta.

A bronquite aguda quase sempre é provocada por vírus, como o da gripe. Em casos raros, germes como o Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydia podem causar bronquite. A exposição a agentes irritantes, como poluentes e produtos químicos, também pode inflamar a traqueia e os brônquios, causando um quadro semelhante ao da bronquite aguda.

As bronquites infecciosas são mais frequentes no inverno e em crianças. Elas costumam durar de cinco dias a quatro semanas e, na maioria dos casos, desaparecem sem necessidade de antibióticos.

A bronquite crônica é uma inflamação persistente dos brônquios e provoca perda progressiva da função pulmonar. O diagnóstico oficial é feito quando a pessoa apresenta sintomas por pelo menos três meses ao ano durante dois anos consecutivos.

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A bronquite crônica e o enfisema pulmonar são manifestações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Embora ambas possam ocorrer ao mesmo tempo, no enfisema há destruição das paredes dos alvéolos, formando bolhas de ar.

O tabagismo é responsável por 80% a 90% dos casos de DPOC. Outras causas incluem exposição ocupacional a poeiras e produtos químicos, além da fumaça produzida por combustíveis como lenha e querosene.

Segundo o Ministério da Saúde, a DPOC provoca cerca de 40 mil mortes por ano no Brasil. Isso equivale a três mortes a cada hora, o que reforça a gravidade da doença.

Os principais sintomas da bronquite aguda são:

  • Tosse (seca ou produtiva);
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Chiado no peito;
  • Febre e/ou mal-estar.

Já os sintomas da bronquite crônica incluem:

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  • Tosse produtiva crônica;
  • Escarro (claro ou purulento);
  • Falta de ar persistente;
  • Fraqueza.

Os sintomas da bronquite crônica podem ser mais intensos ao acordar, durante a noite ou após esforço físico.

Diferenças entre bronquite, asma e pneumonia

Muita gente confunde bronquite com asma, mas são doenças distintas. A asma tem origem alérgica e envolve broncoespasmos intensos, enquanto a bronquite é causada por inflamação nos brônquios devido a infecções ou exposição a agentes irritantes.

A pneumonia, por sua vez, afeta os pulmões como um todo, enquanto a bronquite se limita aos brônquios. Além disso, a pneumonia geralmente é causada por bactérias e exige tratamento com antibióticos.

O diagnóstico da bronquite é feito com base nos sintomas, exame clínico e, em alguns casos, exames de imagem. Para casos de bronquite crônica, o teste de espirometria é utilizado para medir a capacidade pulmonar do paciente.

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O tratamento da bronquite infecciosa é sintomático e envolve repouso, hidratação e uso de analgésicos para febre. O uso de antibióticos é indicado apenas quando há infecção bacteriana confirmada.

Já a bronquite crônica requer um tratamento contínuo para evitar a progressão da doença. Isso inclui:

  • Uso de broncodilatadores e, em alguns casos, corticoides inalatórios;
  • Prática de atividade física regular;
  • Reabilitação pulmonar para melhorar a capacidade respiratória;
  • Oxigenoterapia para casos graves;
  • Vacinação contra gripe e pneumonia para prevenir complicações.
*Com informações de matéria publicada em 02/07/2019.

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