Sensação térmica de até 50°C: o que o calor extremo faz com a saúde?

Uma nova onda de calor que atinge o Brasil deve trazer temperaturas acima dos 40°C e sensação térmica acima dos 50°C em vários lugares, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, segundo o site de meteorologia MetSul.

Como corpo reage ao calor extremo

Diante do calor exagerado, o corpo sofre estresse térmico e perde a capacidade de regular e manter a temperatura corporal adequada.

O cenário leva o organismo ao quadro de insolação, que provoca sintomas como tontura, dor de cabeça, náusea, pele quente e seca, respiração rápida e difícil.

Isso ocorre porque o tempo quente também dilata os vasos sanguíneos de forma exagerada, o que abaixa a pressão arterial.

Desidratação é outra consequência, devido ao suor excessivo. Em alguns casos, ela ocorre sem que a pessoa sinta sede.

Cada parte do corpo sofre de um jeito

Olhos: os raios ultravioletas do sol queimam a superfície dos olhos, deixando-os doloridos. Há vermelhidão, a vista pode ficar embaçada ou se perder temporariamente. O tempo quente e seco também interfere no filme lacrimal, deixando os olhos secos.

Pele: exposição prolongada ao sol e calor intenso podem fragilizar a pele, deixando-a mais sensível, irritada e, por consequência, vulnerável à proliferação de fungos. Pessoas com doenças de pele, como lúpus e psoríase, podem sentir um agravo do quadro.

Músculos: a perda de muitos eletrólitos por meio do suor excessivo pode provocar câimbras, contrações musculares fortes, súbitas, involuntárias e dolorosas. A alta temperatura corporal também gera um processo inflamatório sistêmico que causa rabdomiólise, uma degradação do tecido muscular.

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Sangue e rins: a rabdomiólise leva à liberação de grande quantidade de mioglobina na corrente sanguínea, uma proteína que prejudica a filtragem do sangue pelos rins e leva à insuficiência renal. Outra consequência é um distúrbio de coagulação sanguínea.

Coração: no calor extremo, o sistema cardiovascular precisa aumentar seus esforços e velocidade de funcionamento para compensar a maior necessidade de energia. Junto com os problemas do suor excessivo, alteração da pressão arterial e prejuízo na coagulação, há um risco maior de infarto.

É possível morrer?

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Imagem: iStock

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Mortes já foram registradas em locais com altas temperaturas porque o corpo pode entrar em colapso. No entanto, a temperatura exata em que isso pode acontecer depende de fatores como o ambiente em que a pessoa está, idade e condição geral de saúde.

Em câmaras de exposição, em testes com pessoas jovens e saudáveis, o risco começa quando a temperatura chega aos 42ºC.

Pessoas com problemas de saúde, idosos, gestantes e crianças podem ser mais afetados pelas altas temperaturas, porque o organismo deles demora mais para se adaptar. Pode haver consequências mais graves, como perda da consciência, distúrbios que levam à convulsão e, em casos severos, coma.

Medidas para se proteger do calor

Ingira pelo menos dois litros de água por dia;

Use filtro solar com FPS acima de 50 e, se possível, protetor labial com filtro para evitar queimar os lábios;

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Prefira uma alimentação leve com frutas, legumes e saladas. Faça refeições leves com intervalos menores entre elas;

Dentro de casa ou no trabalho, abra janelas e portas, deixando o ar circular. Feche cortinas e persianas para bloquear o sol;

Não permaneça em veículos estacionados ao ar livre. Ao entrar em um carro que ficou parado sob o sol, abra primeiro portas e janelas para o ar circular;

Utilize barreiras físicas, como boné, chapéu, óculos de sol e camiseta quando for se expor ao sol;

Evite práticas intensas de atividades físicas, especialmente em locais abertos;

De acordo com suas possibilidades, lave rosto, nuca, braços e mãos; tome uma ducha fria;

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Se possível, não se exponha diretamente ao sol e evite horários em que ele está mais forte, especialmente próximo ao meio-dia;

Preste atenção aos mais suscetíveis ao calor: bebês, crianças, idosos, quem tem doenças crônicas e/ou que toma medicamentos de uso contínuo;

Se necessário, acione a Defesa Civil (telefone 199) e o Corpo de Bombeiros (telefone 193).

*Com informações de reportagens publicadas em 19/09/2023 e 11/02/2025

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