O que é a síndrome Hellp, que levou Lexa a perder bebê após parto prematuro

A cantora Lexa, 29, contou nesta segunda-feira (10) que sua filha, Sofia, morreu três dias após o nascimento prematuro, no início deste mês.

"Dia 05/02 minha filha amada nos deixou. Um luto e uma dor que eu nunca tinha visto igual. Vivi os dias mais difíceis da minha vida", escreveu a cantora em publicação no Instagram —disponível abaixo.

Lexa conta ter tido síndrome Hellp, uma complicação grave da pré-eclâmpsia, a hipertensão arterial específica da gravidez. "Eu tomei AAS e cálcio na gestação toda, fiz um pré-natal perfeito, fiz TUDO, mas minha pré-eclâmpsia foi muito precoce, extremamente rara e grave."

Mais um dia e eu não estaria aqui para contar nem a minha história e nem a dela. Agora estou buscando um rumo na minha vida, uma parte de mim se foi.
Lexa, em publicação no Instagram

Entenda a complicação na gravidez de Lexa

Normalmente, a hipertensão é definida como a pressão arterial acima de 14/9 (140/90 mmHg) e é considerada grave quando a pressão ultrapassa 16/11 mmHg

A causa mais comum da pré-eclâmpsia é uma alteração na implantação da placenta. Quando não ocorre de maneira adequada, ela aumenta a resistência nos vasos sanguíneos, elevando a pressão. A doença pode ser diagnosticada por meio de exames e avaliações médicas.

Os sintomas associados mais comuns são:

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  • Inchaço no corpo todo;
  • Alteração de visão;
  • Diminuição do volume de urina;
  • Falta de ar;
  • Redução do líquido amniótico.

Riscos à mãe e ao bebê

Seu agravamento e evolução, a síndrome Hellp, leva a graves lesões nos rins, no fígado e, em casos extremos, gera inchaço no cérebro e, eventualmente, provoca um AVC (derrame). Tudo isso traz risco de morte para a mãe. Segundo contou, Lexa teve comprometimento dos rins e do fígado.

Para o bebê, a doença também pode ser perigosa, prejudicando o crescimento e o ganho de peso, devido à perda da função da placenta que, em caso extremo, pode diminuir a passagem de oxigênio para o feto e levar à morte.

Parto prematuro

A cantora deu à luz com cinco meses e meio de gravidez. Em muitos casos o parto precisa ser antecipado devido aos riscos. O nascimento prematuro pode desencadear problemas de saúde no bebê, como infecções, dificuldades respiratórias (necessitando do auxílio de aparelhos), atraso no desenvolvimento motor e neurológico, hemorragias intracranianas, dentre outros.

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Tem cura?

Não há como "curar" a síndrome Hellp durante a gestação, mas é possível controlar o aumento da pressão arterial até o parto, com remédios anti-hipertensivos, exames e avaliações constantes.

Em até seis semanas após o parto, a maioria das mulheres volta ao seu estado de saúde normal. No entanto, algumas ainda precisam ser acompanhadas pelos médicos e tomar remédios para controlar a pressão —uma minoria continua hipertensa para toda a vida.

Tem como evitar?

Um planejamento e acompanhamento gestacional contribuem para prevenir doenças na gravidez. Fazer exercícios regularmente, alimentar-se bem, manter o peso adequado e não fumar ajudam a manter a pressão arterial adequada e reduzir o risco de pré-eclâmpsia.

Entre os fatores de risco para a pré-eclâmpsia, é possível destacar, principalmente:

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  • Pacientes muito jovens (geralmente abaixo dos 19 anos);
  • Pacientes acima dos 35 anos;
  • Hipertensão (quem já tinha problemas de pressão);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Pré-eclâmpsia em gestações anteriores;
  • Gestação múltipla;
  • Trombofilias (síndrome do anticorpo antifosfolípide);
  • Lúpus.

Por que Hellp?

O termo vem da junção das seguintes palavras em inglês:

  • Hemolysis (hemólise, que é a destruição dos glóbulos vermelhos)
  • Elevated Liver enzymes (elevação de enzimas do fígado, devido ao comprometimento do órgão ocasionado pela pressão alta)
  • Low Platelets (redução das plaquetas, que aumenta o risco de sangramento)

*Com informações de reportagens publicadas em 03/09/22 e 17/09/22.

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