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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Por que algumas pessoas não gostam de abraçar ou de serem abraçadas?

Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

07/02/2025 15h21

Se em alguma data especial aquela pessoa que você tanto quer bem não aceitou ou não quis te dar um abraço, não leve para o pessoal. Algumas pessoas simplesmente não demonstram amor dessa forma.

No bestseller "As Cinco Linguagens do Amor", o terapeuta norte-americano Gary Chapman propõe a existência de cinco maneiras diferentes de expressar o sentimento universal. Entre eles, estão os elogios verbais, o contato físico e a compra de presentes, que são as três formas de amor mais fáceis de reconhecer.

No entanto, a dedicação de tempo e a atenção ao outro aparecem na sequência. Na visão do autor, reconhecer a própria linguagem e a do outro é o ponto fundamental para que os dois lados se sintam amados numa relação.

Chapman explica, ainda, que aquilo que você mais exige do parceiro é provavelmente o que o faz sentir-se mais amado, sendo esta, portanto, a sua linguagem do amor. Mas lembre-se: generosidade, compreensão, respeito, cumplicidade, cuidado e flexibilidade para ceder aos embates também são provas de amor, mesmo que mais discretas que um abraço supercaloroso.

Além de uma linguagem do amor

De acordo com especialistas, experiências na infância também podem estar por trás do comportamento. Crianças que não receberam atenção e carinho suficientes dos cuidadores, ou que não aprenderam a desenvolver e reproduzir afeto, geralmente se tornam pessoas consideradas mais "secas".

"Muitas vezes, os pais agem assim por trabalharem muito, mas não substitui um elogio, incentivo, tempo juntos. Sem tudo isso, há riscos de [a criança] se tornar alguém frio na vida adulta. Da mesma forma, quando se é muito mimado, não recebe limites, constrói um senso de grandiosidade muito grande", diz Eduardo Perin, psiquiatra pela Unifesp.

Além disso, o desconforto com abraços pode ser porque a pessoa é introvertida ou até tenha algum transtorno, como de personalidade antissocial, psicopatia ou narcisista. Se não for tudo isso, pessoas podem se "esfriar" ou demonstrar que são assim por insegurança, baixa autoestima, histórico de muitas decepções e traumas envolvendo relações interpessoais, ou excesso de racionalidade, aponta Perin.

É preciso conhecer bem o outro

Na convivência diária, há outras maneiras de se identificar possíveis padrões nas relações. Uma delas é observar a maneira como o outro lida com as emoções de modo geral, e não apenas na relação que estabelece com você.

Algumas pessoas não gostam de abraçar ou receber abraços por várias razões:

Experiências traumáticas ou psicológicas que geram desconforto com o toque físico;

Necessidade maior de espaço pessoal ou uma sensibilidade sensorial que torna o toque desconfortável;

Fatores culturais ou familiares, onde o toque não é comum, podem influenciar essa aversão;

Pessoas mais introvertidas ou que não se sentem emocionalmente conectadas à pessoa que oferece o abraço também podem evitar esse gesto. Em muitos casos, é importante respeitar os limites e o conforto de cada indivíduo.

Na dúvida, reflita e dialogue

Conhecer bem a si mesmo, questionar as próprias fragilidades e dedicar tempo ao crescimento pessoal são ferramentas que ajudam na convivência, independentemente de quais sejam as diferenças encontradas entre indivíduos.

No entanto, se a despeito da maturidade emocional das duas partes, principalmente sendo um casal, os desencontros de expectativas começarem a pesar, vale considerar a possibilidade de uma conversa franca.

Para dar certo, é essencial que, durante o papo, a cobrança seja deixada de lado, assim como a tendência a colocar-se no papel de vítima. Uma dica para conduzir esse diálogo e transformá-lo em um evento produtivo, é falar sobre os próprios sentimentos e não apontar o dedo para os possíveis erros do interlocutor.

Nessa conversa, você também pode questionar se a sua maneira de demonstrar sentimentos está sendo eficiente. Ao final, vocês podem estabelecer alguns combinados, para evitar conflitos futuros.

*Com informações de reportagens publicadas em 15/05/2024 e em 04/05/2022

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