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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Como lidar com a nomofobia, medo irracional de ficar longe do celular

Imagem: Getty Images

Colaboração para VivaBem*

07/02/2025 12h47

Horas com os olhos fixos no celular e dedos deslizando incessantemente sobre a tela. É assim que grande parte das pessoas passa o dia. O celular virou um companheiro quase inseparável, está presente na cabeceira da cama, na mesa de jantar e até no banheiro. Esse comportamento inseparável do aparelho pode significar um caso de nomofobia, um sentimento intenso de desconforto quando se fica longe dele.

A nomofobia apresenta um medo irracional e se caracteriza pela ansiedade e angústia causadas pela incapacidade de ficar sem o celular ou não conseguir usá-lo por algum motivo, como a ausência de sinal, o término do pacote de dados ou da carga de bateria.

Sinais de que você pode sofrer de nomofobia

O hábito de verificar de maneira obsessiva as chamadas perdidas, redes sociais ou emails;

Ficar continuadamente preocupado com a duração da bateria;

Mostrar-se incomodado de ir a locais sem conexão wi-fi;

Acordar para checar as notificações;

Não conseguir se afastar do aparelho quando está realizando outras tarefas que não necessitam dele;

Ser incapaz de ir ao banheiro sem levar o celular junto.

De modo geral, o uso dependente de aparelhos eletrônicos, ou da internet, passa por três eixos.

Sensação subjetiva de perda de controle sobre o tempo, quantidade, momento ou tipo de uso desses eletrônicos: A pessoa sente que está exagerando, gostaria de fazer diferente, mas sente dificuldade ou impossibilidade disso.

Disfuncionalidade: o uso causa prejuízos em diversas esferas da vida, como trabalho, estudo, relações interpessoais, período de sono, acidentes de trânsito (digitar dirigindo) etc.

Empobrecimento existencial: a pessoa vai perdendo riqueza de repertório, cada vez mais substituindo atividades gratificantes ou importantes de seu cotidiano pelo uso da internet.

Além disso, o uso excessivo pode reduzir a capacidade de concentração, aumentar sintomas ansiosos e depressivos, aumentar o sedentarismo, desencadear problemas oculares como ressecamento dos olhos e miopia, causar insônia, dificuldade de adiamento de recompensas e intolerância a frustrações, causar dores no pescoço, ombro e costas e prejudicar a postura.

Crianças são mais vulneráveis

Imagem: iStock

De olho em frear esse aumento do uso do celular, principalmente entre as crianças, a OMS e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) criaram uma cartilha com recomendações de uso de telas para cada faixa etária.

Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;

Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;

Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;

Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.

O uso excessivo de telas pode gerar atrasos no desenvolvimento motor, de fala e até cognitivos (foco, atenção, memória e aprendizagem), justamente por ser uma forma de entretenimento que inibe o movimento.

Como fazer uso do celular de forma saudável

A tecnologia não é um problema em si, mas sim a forma como nos relacionamos com ela. A seguir, veja como utilizá-la de maneira consciente, para que seja uma ferramenta de auxílio e não uma dependência.

Estabeleça um limite de uso diário para atividades não relacionadas ao trabalho ou estudo;

Desenvolva hobbies incompatíveis com o uso do celular, como pintura, jardinagem, meditação, exercícios físicos etc.;

Tenha "zonas livres de tecnologia" em casa, como o quarto e a mesa de jantar;

Equilibre o tempo entre o celular e o contato humano. Para cada hora que você investe na frente de uma tela, invista o mesmo tempo conversando com pessoas presencialmente;

Use aplicativos que bloqueiam o tempo de uso das redes sociais;

Em situações sociais, proponha um pacto de ninguém usar o celular;

Desligue as notificações. Configure seus perfis para não receber os avisos automáticos;

Quando precisar se concentrar, deixe o aparelho em outro cômodo ou dentro da bolsa;

Quando for dormir, desligue o celular e/ou deixe-o em outro ambiente da casa.

*Com informações de reportagens publicadas em 28/01/2022 e 05/07/2024

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