Padre Fábio de Melo com depressão: doença pode ter forma resistente?
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O padre Fábio de Melo fez um desabafo com fiéis, durante apresentação em um evento em Pernambuco, sobre a volta da depressão. No encontro, ele revelou como tem lidado com a doença nas últimas semanas.
"Quero abrir meu coração. Ao longo dessas duas últimas semanas, a depressão tomou conta de mim de novo. Ao longo dessas duas últimas semanas eu só tenho um pensamento nessa vida: a vontade de deixar de viver", disse o Padre Fábio de Melo no domingo (19), no palco da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata.
Esse depoimento do Padre Fábio de Melo me pegou legal! Que ele fique bom logo pic.twitter.com/0dFKQsEXla
— Dudu Guimarães (@Dudu) January 21, 2025
Embora não haja confirmação do tipo de depressão que enfrenta, existem formas difíceis de tratar, como a depressão refratária. Confira a seguir como ela age, tratamento e sintomas compilados por VivaBem.
Depressão refratária: o que é, por que é difícil tratar?
Depressão refratária é marcada por resistência ao tratamento. Ocorre quando os sintomas persistem mesmo após o uso de dois antidepressivos diferentes, administrados de forma correta e no período adequado.
Sintomas tendem a ser persistentes e graves. Tristeza profunda, desânimo, recaídas frequentes e perda de esperança são comuns, afetando drasticamente a qualidade de vida.
Fatores clínicos e psicológicos influenciam a resistência. Problemas como hipotireoidismo, déficits nutricionais ou transtornos psiquiátricos não diagnosticados, como transtorno bipolar, podem dificultar os resultados.
Traumas e predisposição genética aumentam a complexidade. Histórico de depressão grave, traumas passados e questões genéticas tornam algumas pessoas mais vulneráveis à forma resistente da doença.
O Brasil registra alta prevalência de depressão resistente. Estima-se que cerca de 40,4% dos pacientes com depressão no país enfrentam formas refratárias, de acordo com um estudo observacional publicado no Good Clinical Pratice Network.
Tratamentos e cuidados
Medicamentos são ajustados conforme a resposta. Estratégias incluem troca de antidepressivos, associação de medicamentos e uso de substâncias complementares, como lítio e ômega 3.
Terapias avançadas podem ser necessárias. Técnicas como Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), eletroconvulsoterapia (ECT) e implantes de estimulação do nervo vago têm mostrado eficácia em casos graves.

Psicoterapia é fundamental no processo. Ajuda a abordar questões emocionais e a promover qualidade de vida. Diversas abordagens podem ser combinadas com medicamentos para resultados mais eficazes.
Hábitos saudáveis são aliados importantes. Prática regular de exercícios, alimentação equilibrada e um sono adequado podem ajudar na redução dos sintomas e no bem-estar geral.
Apoio emocional faz a diferença. A presença de familiares e amigos é essencial para fornecer suporte, reduzir o isolamento e reforçar a adesão ao tratamento. "Os familiares fornecem um suporte de extrema importância para o tratamento de um paciente com depressão refratária. Forma-se um alicerce afetivo, diminuindo a solidão, as incertezas, os medos, as tristezas e as culpas envolvidas no processo depressivo", explicou Fábio Pinato Sato, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein em entrevista ao VivaBem.
Sintomas da depressão refratária
Tristeza persistente e desânimo constante. Sentimentos que não desaparecem mesmo com tratamento adequado.
Dificuldade em sentir prazer nas atividades diárias. Tarefas antes agradáveis perdem o significado, aumentando o isolamento social.
Alterações no sono e apetite são frequentes. Insônia ou sonolência excessiva, além de ganho ou perda significativa de peso, podem ocorrer.
Pensamentos de desesperança e angústia. Podem evoluir para ideação suicida, destacando a urgência de intervenção.
Prejuízos cognitivos afetam o dia a dia. Dificuldades de concentração, memória e tomada de decisão impactam a rotina.
*Com informações de reportagens publicadas em 30/11/2020 e 18/09/2023.
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