Furo no osso e drenagem: como é o procedimento ao qual Lula foi submetido?

O presidente Lula foi submetido a uma trepanação para a drenagem de uma hemorragia intracraniana na madrugada desta terça (10), informou o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde ele está internado na UTI.

Inicialmente, o boletim médico do hospital falava em craniotomia, mas na entrevista à imprensa os médicos esclareceram que, na verdade, o político passou por uma trepanação.

O que é a trepanação?

A cirurgia consiste em uma ou duas perfurações no crânio e colocação de um dreno. Antes, o Sírio-Libanês tinha dito que o presidente passou por uma craniotomia, procedimento com objetivo semelhante, mas bem mais invasivo.

A diferença entre uma trepanação e uma craniotomia é o tamanho do orifício que se faz para acessar a parte intracraniana. A trepanação é um pequeno orifício, que se faz com uma broca, no tamanho de uma moeda de 1 real, mais ou menos. Já na craniotomia temos que abrir uma área maior do crânio, para acessar mais estruturas. No caso do presidente foi feita apenas uma trepanação, que é o padrão para drenar do hematoma subdural crônico. Wuilker Knoner Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

Este tipo de cirurgia é utilizado para tratar diversas condições neurológicas. Entre elas, tumores cerebrais, hemorragias intracerebrais —como a de Lula—, lesões traumáticas, infecções e malformações vasculares. O presidente sofreu uma queda no banheiro no dia 19 de outubro e precisou levar cinco pontos.

O procedimento é considerado comum, segundo a equipe médica. O médico Roberto Kalil Filho, que atendeu Lula, explicou em entrevista coletiva nesta terça (10) que o hematoma estava localizado entre o osso e o cérebro. "Não tem machucado no cérebro", disse. "Fizemos esse procedimento para que o hematoma não comprima o cérebro, para que o cérebro fique livre de qualquer lesão."

Como é a recuperação?

O prazo de recuperação depende da extensão da cirurgia, da saúde geral do paciente e de qual foi a condição tratada. A recuperação inicial pode levar de algumas semanas a meses e, em casos mais graves, pode ser necessária reabilitação para restaurar funções cognitivas ou motoras.

No caso de Lula, foi divulgado que o procedimento correu bem, sem intercorrências e sequelas. Roberto Kalil Filho, médico do presidente, informou na manhã de hoje que o petista está estável, conversando normalmente e se alimentando. Os médicos que atenderam o presidente disseram que o político está bem, sem sequelas e ficará 48 horas em observação na UTI.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.