O que é transtorno de personalidade antissocial e quais são os sinais?
Apesar de ser confundido com traços de personalidade de pessoas mais reservadas, o transtorno de personalidade do tipo antissocial, ou TPAS, é uma patologia que pode trazer prejuízos ao paciente e seu entorno social e, em casos muito graves, é chamado de psicopatia ou sociopatia.
"O antissocial não prefere ficar sozinho, mas vai para a sociedade desconsiderando e violando os direitos dos outros", alerta o psicólogo Sérgio Eduardo Silva de Oliveira.
Sinais que caracterizam o antissocial
Um paciente diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial não necessariamente irá apresentar todos os sinais indicados. No entanto, o padrão de desrespeito ao outro e ao patrimônio costuma ser um indicativo importante. Este padrão pode ocorrer por vias diferentes como agressividade, falsidade ou manipulação.
Veja a seguir 14 sinais característicos:
- Maltrato aos animais;
- Brigas e agressões físicas com outras pessoas;
- Desrespeito à propriedade, como vandalismo;
- Sair de casa sem avisar os pais ou fugir de casa;
- Matar aula;
- Não conseguir se ajustar às normais sociais;
- Não conseguir apresentar um padrão de comportamento legal, seguindo o que é indicado pela sociedade, podendo até gerar algum tipo de detenção;
- Forte tendência à falsidade, falando muitas mentiras;
- Apresentar impulsividade ou fracasso em fazer planos futuros. Neste caso, a ação por impulso pode levar ao envolvimento com comportamentos criminosos para satisfazer esses impulsos;
- Irritabilidade e agressividade;
- Descaso pela segurança de si e dos outros, colocando-se em risco como beber e dirigir;
- Irresponsabilidade, ou seja, não arca com suas dívidas e não se importa em ficar devendo;
- Ausência de remorso ou culpa por estar fazendo alguma transgressão;
- Indiferentes a dor e aos sentimentos dos outros, podendo até culpar o outro por sua atitude mais agressiva ou desonesta.
Diagnóstico é difícil, mas há tratamento?
De acordo com o psicólogo Gilmar Tadeu de Azevedo Fidelis, a fronteira entre o certo e errado é muito complexa para o antissocial. Por isso, o diagnóstico só é fechado a partir dos 18 anos, sendo que o histórico de infância e adolescência será levado em consideração para essa conclusão.
No entanto, não é um episódio isolado que irá determinar esse diagnóstico, mas um conjunto de comportamentos que poderão indicar o transtorno.
Por conta das características do próprio transtorno, é bem raro que o paciente identifique sua patologia. Afinal eles tendem a acreditar que o comportamento deles está correto e que estão apenas defendendo seus interesses, desejos e necessidades.
Por isso, a busca por tratamento pode ser mais difícil. Ainda assim, é importante destacar que mesmo não falando em cura ou reversão de quadro, é possível conseguir estabilização e diminuição de comportamentos.
A psicoterapia de longo prazo pode ser focada no processo de mudança de padrão de pensamentos (terapia cognitiva) ou mudança de comportamento (terapia comportamental), pois o padrão de crenças tende a ser rígido e difícil mudar, mas a proposta é de que o paciente identifique como inadequados e os modifique.
Já os medicamentos irão depender do desenvolvimento e de cenários clínicos paralelos.
*Com informações de reportagem publicada em 16/05/2020
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