O que é o Ropa, método utilizado por Ludmilla e Brunna para engravidar?
A cantora Ludmilla e a esposa, a bailarina Brunna Gonçalves, anunciaram no palco de um show em São Paulo, neste fim de semana, que esperam seu primeiro filho.
Ao "Fantástico", da TV Globo, elas revelaram que o optaram pelo método de fertilização Ropa (Recepção de Oócito da Parceira).
O que é o Ropa?
Método de reprodução assistida. Na prática, o que acontece é que um óvulo de Ludmilla foi fecundado pelo sêmen de um doador e transferido para o útero de Brunna.
Duas mães participam biologicamente da concepção da criança. Uma fornece metade do material genético, enquanto a outra gesta o bebê. Técnica teria sido utilizada pela primeira vez em 2007, na Espanha.
Apesar de não fornecer o óvulo, gestante teria potencial de influenciar características e desenvolvimento do bebê. Através do envio de fluidos endometriais para alimentar o bebê, a mãe que carrega a criança pode moldar a sua herança epigenética, isto é, como os genes vão se expressar — sem alterar o código genético — apontou uma pesquisa publicada em 2022 no Journal of Assisted Reproduction and Genetics. Contudo, como este fenômeno ocorre e qual a proporção do seu impacto no desenvolvimento do bebê ainda seguem em investigação pela comunidade científica.
Para mulheres jovens, as taxas de sucesso são altas, chegando a até 60%. Este número começa a diminuir por volta de 37 anos, porque os óvulos da doadora já estão mais velhos. Para a parceira que receberá o embrião, a idade não importa tanto, mas é necessário atentar-se para problemas de saúde que costumam aparecer com o passar dos anos, como pressão alta e diabetes, que podem complicar a gravidez.
Como funciona a gestação compartilhada?
- O primeiro passo é escolher o sêmen do doador em bancos nacionais ou internacionais -- nos últimos, a depender do serviço, é possível acessar mais dados dessa pessoa, como fotos da infância, informações de personalidade e até mesmo ouvir a voz.
- O processo só é liberado após a chegada do sêmen. Em bancos internacionais, as amostras demoram mais ou menos 50 dias. Elas ficam congeladas até serem usadas.
- Depois de a amostra chegar, a mãe que fará a doação do óvulo começa a receber injeções. Estas medicações hormonais promovem o crescimento dos folículos, estruturas nos ovários que abrigam os óvulos e são responsáveis pelo amadurecimento deles até a liberação.
- Muitas mulheres percebem mudanças no seu humor e no comportamento. Isso é normal. Elas chegam a definir a etapa como uma intensa TPM. É comum sentir dor de cabeça, inchaço, irritabilidade e incômodo no abdome, porque o volume dos ovários aumenta e dá a impressão de existir um peso na região.
- É feito acompanhamento do processo com ultrassons para determinar o momento ideal da coleta no útero da primeira mãe.
- A coleta é feita por meio de um ultrassom transvaginal. É como se os óvulos fossem "aspirados", com uso de anestesia, para serem fertilizados com o espermatozoide que, nesse momento, é descongelado e processado em laboratório.
- Após a fecundação, a última etapa é levar os embriões ao útero da outra mãe. Eles podem "colar" ou não, indicando o sucesso da gestação.
- Os embriões não usados ficam guardados para tentativas futuras, sem limite de tempo.
Existe outra forma para duas mães terem um filho?
Outra opção seria a inseminação intrauterina. Este procedimento não envolve as duas mulheres, no entanto. O casal deve escolher um sêmen proveniente de um banco de sêmen (o doador é anônimo) e o conteúdo é injetado no útero da futura gestante.
Inseminação oferece menos chance de sucesso. Neste caso, os espermatozoides precisam, em primeiro lugar, conseguir entrar em um óvulo. Na fertilização in vitro, o ambiente é controlado e o embrião já está formado quando é inserido na mulher.
*Com informações de matérias publicadas em 29/01/2020 e 22/06/2023.
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