Como detectar sintomas de Parkinson e chegar ao diagnóstico da doença
O Parkinson acomete 1% da população acima dos 60 anos de idade, em especial os homens, mas também pode se manifestar na juventude, o que é mais raro (10%). Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem levar anos para se manifestarem.
Como reconhecer os sintomas
Apesar do tremor ser popularmente associado ao Parkinson, algumas pessoas não apresentam esse sintoma e jamais o terão ao longo da evolução da doença.
No entanto, existem quatro sintomas principais que caracterizam a doença, sendo um deles obrigatório, que é a lentidão, chamada pelos médicos de bradicinesia. Os demais são o tremor no repouso, a rigidez e a instabilidade postural.
Outras possíveis manifestações do Parkinson:
Sinais motores
- Redução do volume da voz;
- Problemas de equilíbrio e quedas;
- Dificuldade para engolir;
- Marcha de pequenos passos;
- Micrografia (redução do tamanho da letra).
Sinais não motores
- Depressão;
- Ansiedade;
- Constipação;
- Hiposmia (perda do olfato);
- Declínio cognitivo e demência;
- Hipotensão ortostática (queda da pressão decorrente da postura);
- Dor;
- Alucinações e psicose;
- Distúrbios do sono;
- TCI (Transtorno do Controle dos Impulsos);
- Problemas gastrointestinais;
- Disfunções sexuais e urinárias.
Como diagnosticar a doença
Algumas manifestações do Parkinson podem acontecer de três a cinco anos antes de um diagnóstico final — o que os especialistas chamam de sintomas pré-motores: redução da capacidade olfatória (hiposmia), constipação, depressão, alterações do sono.
Quando tais sintomas aparecem isoladamente, eles são considerados inespecíficos. Mas se a eles se somam o tremor antes inexistente, a lentificação do caminhar, do vestir-se, do entrar e sair do carro, dirigir ou digitar, é sinal de que uma investigação é urgente.
O especialista treinado para tratar a doença de Parkinson é o neurologista, mas o clínico geral e o geriatra também poderão avaliá-lo.
Na hora da consulta, o médico ouvirá a sua queixa, levantará seu histórico de saúde e fará exame físico minucioso para identificar rigidez, tremor, mudança na letra, perda do olfato, entre outros sintomas e sinais;
Na maioria das vezes, o diagnóstico se baseia nessas informações, o que é chamado de diagnóstico clínico;
Informe ao médico sobre o uso contínuo de medicamentos, pois alguns deles, como os utilizados para vertigem, psiquiátricos e antieméticos, podem mimetizar sintomas típicos da doença de Parkinson;
Não há um exame específico para confirmar a doença de Parkinson, mas profissionais de saúde podem solicitar exames de sangue para detectar alterações hormonais, infecções e deficiências vitamínicas, com o intuito de descartar outras condições semelhantes;
Exames de imagem, especialmente ressonância magnética, também podem ser realizados para identificar doenças semelhantes e observar alterações associadas ao Parkinson. Embora existam biomarcadores que indicam redução da função dopaminérgica, esses testes ainda não são comuns na prática clínica.
Há tratamento?
"Até o momento, não existe meio de reversão da doença ou controle do seu avanço. Assim, o objetivo do tratamento é reduzir sintomas e seus efeitos colaterais, garantindo o máximo de funcionalidade à pessoa com doença de Parkinson", fala a geriatra Uiara Raiana.
O ideal é que o tratamento seja interdisciplinar e inclua especialistas como fisioterapeuta, psicólogo, psiquiatra, educador físico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros. Contudo, deve se basear no seguinte tripé: uso de medicamentos, reabilitação e exercícios físicos.
*Com informações de reportagem publicada em 10/08/2021
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