Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Bebê de 1 ano engole prego e é internada; o que fazer em casos como esse?

Menina de um ano ficou quatro dias internada após engolir prego que família usaria para decorar festa de aniversário em Marabá - Reprodução de vídeo
Menina de um ano ficou quatro dias internada após engolir prego que família usaria para decorar festa de aniversário em Marabá Imagem: Reprodução de vídeo

Do VivaBem*, em São Paulo

27/10/2022 12h42

Uma menina de um ano engoliu um prego e precisou ser socorrida no próprio dia do aniversário, em Marabá, no Pará. Laura Sofia Gomes passou quatro dias internada e precisou ser transferida para um hospital regional do município.

O caso dela ganhou notoriedade nas redes sociais após uma tia da criança publicar que a família aguardava a definição se seria necessário aguardar que o objeto fosse expelido naturalmente ou se a menina seria submetida a uma cirurgia para a remoção. O objetivo era evitar que os órgãos fossem afetados no processo.

Houve uma tentativa de remoção por endoscopia, mas o prego desceu para o intestino e foi necessário avaliar o quadro. Na terça (25), a menina foi encaminhada ao Hospital Regional de Marabá, onde um novo raio x detectou que o objeto estaria descendo "de cabeça para baixo", o que facilitaria a saída e diminuiria as chances de perfuração. Ontem (26), ela expeliu o prego nas fezes, como era esperado pela equipe médica.

O que fazer em situações como essa?

Tanto dentro quanto fora de casa é preciso estar atento ao movimento das crianças. Os acidentes mais comuns nas emergências são pequenos ferimentos e contusões.

Agora, se a criança engolir moeda, brinquedo ou qualquer outro objeto, o mais importante é não provocar vômitos. Esse método não é recomendado, pois a criança pode aspirar o vômito, engasgar e não conseguir respirar.

Nesse tipo de acidente, primeiro verifique se a criança continua respirando normalmente. Se estiver, os pais devem levá-la para um atendimento médico. No entanto, se ela estiver respirando com dificuldade leve-a imediatamente ao hospital.

Se a criança parou de respirar e não consegue falar ou chorar, trata-se de um caso grave de obstrução da via respiratória, que é uma emergência em que os próprios pais ou quem estiver com a criança terão que agir rapidamente.

"Quando a criança tem mais de um a dois anos, a manobra de Heimlich é a mais indicada. A gente abraça a criança pelas costas, e dá um aperto súbito por baixo das costelas que os braços estão, deslocando a via aérea para cima. E daí, provavelmente, o objeto vai ser expelido nessa manobra", ensina Fernanda Minafra, professora do departamento de pediatria da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Segundo os especialistas, é muito comum as crianças engolirem objetos estranhos sem que os pais percebam e a única forma de saber o que houve é a manifestação dos sintomas que, geralmente, são salivação excessiva ou com sangue, tosse, febre, recusa alimentar, irritabilidade, vômitos e por aí vai.

Nesses casos, a criança deve ser levada ao hospital para que o objeto seja identificado e os médicos definam qual melhor procedimento. "Baterias e pilhas têm substâncias corrosivas e podem ser altamente lesivas para o organismo de uma criança. Então tem que procurar um atendimento", alerta a professora da UFMG.

E os engasgos?

Além dos acidentes, há ainda outras situações inesperadas, entre elas, o engasgo, que costuma ocorrer com as crianças menores de 5 anos, de acordo com a otorrinolaringologista Saramira Bohadana, responsável pela área Aerodigestivo do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

"A criança na fase oral, normalmente, põe tudo na boca. Se o objeto for pequeno, a criança tem risco de aspirar ou de deglutir. Os objetos que representam mais risco para a criança são as baterias. Então os pais devem tomar muito cuidado para que não tenha em casa brinquedos com baterias pequenas, porque as baterias que não são alcalinas, em contato com a mucosa tanto nasal quanto a mucosa digestiva, corroem a mucosa e provocam perfuração e destruição do tecido e isso é extremamente grave, a criança deve ser atendida o mais rápido possível", alerta a médica.

Ela reforça que não se deve esperar para ver se o objeto sai nas fezes. "A família da criança deve sempre procurar o pronto-socorro mais próximo quando perceber que a criança se engasgou ou se ela teve algum acidente com o corpo estranho e nunca esperar para ver o que vai acontecer ou se vai eliminar nas fezes."

Também é importante evitar que os pequenos comam pipoca ou amendoim, pelo alto risco de engasgo. "A orientação é evitar a exposição de amendoim e de pipoca para criança de 2 a 4 anos, onde o risco de engasgo é maior. Também tirar brinquedos pequenos como legos e brinquedo com bateria nem pensar. Então é tirar todo tipo de objetos que a criança pode pôr na boca e eventualmente aspirar", explica Bohadana.

* Com informações de reportagens publicadas em 17/09/2020 e 03/07/2022.