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Fê Paes Leme transou de óculos para não passar conjuntivite, mas adianta?

Fê Paes Leme e João Vicente transaram de óculos e tampão para esconder affair dos amigos - Reprodução/Youtube
Fê Paes Leme e João Vicente transaram de óculos e tampão para esconder affair dos amigos Imagem: Reprodução/Youtube

Do VivaBem*, em São Paulo

17/08/2022 16h27

Os atores Fernanda Paes Leme e João Vicente de Castro contaram no podcast "Quem Pode, Pod" que transaram de óculos de grau e tampão para evitar contaminação de conjuntivite. "O medo era tanto da conjuntivite que ela transou de óculos", contou João Vicente.

A conjuntivite é uma inflamação na conjuntiva, tecido que reveste o globo ocular e a parte interna das pálpebras superior e inferior e serve para lubrificar os olhos. Existem diferentes tipos de conjuntivite e algumas são muito transmissíveis.

O uso de óculos, no entanto, não impede a transmissão da conjuntivite em casos virais ou de bactérias, segundo oftalmologistas consultados por VivaBem, porque ela se dá de forma direta por contato.

"O principal meio de contaminação é pelas mãos", diz Cesar Motta, diretor médico da clínica Motta Oftalmologia, no Rio de Janeiro, e especialista em cirurgia de catarata e cirurgia refrativa. "Não adianta usar óculos se você coçar os olhos e encostar em alguém ou em algum lugar", afirma o médico.

Se uma pessoa contaminada chega muito próximo de outra pessoa e beija ou abraça, ela pode passar a doença. "Qualquer contato próximo pode transmitir", alerta Motta.

Os óculos podem servir como uma barreira mecânica para que a pessoa contaminada não passe as mãos nos olhos e encoste em outras superfícies. "Diminui os riscos de transmitir porque tem menos risco de a pessoa coçar o olho", diz Motta.

A principal forma de evitar a transmissão é manter superfícies bem limpas e lavar bem as mãos com água e sabão, ou usar álcool em gel. Os agentes de transmissão da conjuntivite podem permanecer em superfícies externas por até quatro horas, segundo Luciane Moreira, médica oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná e professora da Universidade Positivo.

"Pessoas com baixa imunidade, que têm os olhos mais secos ou que têm terçol com frequência podem ter conjuntivite toda hora", alerta. Quem tem olho seco também tem menor produção de lágrimas, que contêm células de defesa (imunoglobulinas), e também têm maior risco de pegar a doença.

Tipos de conjuntivite

De modo geral, a conjuntivite pode ser infecciosa (causada por microrganismos) ou não infecciosa (uma reação a determinadas substâncias). Veja, abaixo, alguns nomes comuns para classificar as conjuntivites e os principais vilões por trás de cada um deles.

Origem infecciosa

Conjuntivite neonatal: Aparece nas primeiras semanas de vida e pode ter relação com doenças sexualmente transmitidas que passam da mãe para o bebê durante o parto vaginal, como gonorreia, clamídia ou herpes.

Conjuntivite bacteriana: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus sp são os agentes infecciosos mais frequentes. Mas o causador da gonorreia (Neisseria gonorrhoeae) e da clamídia (Clamydia trachomatis) podem afetar os olhos.

Conjuntivite viral: Tipo mais comum e altamente contagioso, na maioria das vezes é provocado por adenovírus, o agente envolvido em muitos resfriados. Outros quadros virais também podem provocar a manifestação, como sarampo, catapora e o próprio resfriado comum. Em casos mais raros, pode ser causada por enterovírus ou pelo causador do herpes.

Conjuntivite por fungos ou parasitas: Vermes, larvas, amebas e a Candida, entre outros fungos também podem causar conjuntivite, em menor escala.

Origem não infecciosa

Conjuntivite alérgica: Ocorre por uma hipersensibilidade da pessoa a determinadas substâncias, como mofo, pólen, gramíneas, poeira, ácaros ou pelos de animais ou baratas. O quadro pode ser intermitente, ou seja, desaparece rápido; sazonal (surge mais em certas estações, como primavera ou outono); ou perene (pode aparecer em qualquer época). Também pode ter relação com doenças atópicas (dermatite, asma ou rinite). Esses casos não são contagiosos, mas podem aumentar a predisposição a infecções.

Conjuntivite irritativa ou tóxica: Substâncias químicas, toxinas, produtos de limpeza, poluição, fumaça, lentes de contato, cosméticos, tinta para cabelo, medicamentos, cloro, raios ultravioleta e corpos estranhos também podem deixar a conjuntiva inflamada, sem risco de transmissão.

Ceratoconjuntivite seca: Também chamada de "síndrome do olho seco", a doença é causada por uma alteração na produção de lágrima que pode ser causada por certas doenças autoimunes, pelo envelhecimento ou por fatores ambientais.

Tratamento

Para definir o tratamento, é preciso que um médico oftalmologista identifique as causas da conjuntivite. A automedicação é contraindicada, porque um colírio errado pode agravar o quadro.

De forma geral, os tipos causados por bactérias levam cerca de uma semana para se resolver, enquanto os virais podem ter ciclos de 7 a 14 dias para se curarem.

Cuidados para evitar a transmissão

  • Fique em casa pelo tempo determinado pelo médico

  • Evite levar as mãos aos olhos

  • Não compartilhe toalhas, fronhas, maquiagem etc.

  • Lave as mãos e o rosto com frequência

  • Limpe as secreções com algodão embebido

  • Limpe objetos de uso compartilhado, como controle remoto e telefone, com álcool gel depois de usar

  • Não use lentes de contato

  • Troque as lentes de contato depois que melhorar para evitar uma reinfecção

  • Limpe os óculos que usou enquanto estava com conjuntivite.

*Com informações de reportagem de 12/02/2019.