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David Miranda é internado com dor abdominal; saiba diferenciar o incômodo

David Miranda é internado em estado grave no RJ - Reprodução/Twitter
David Miranda é internado em estado grave no RJ Imagem: Reprodução/Twitter

De VivaBem*, em São Paulo

11/08/2022 13h48

Desde o último sábado (6), o deputado federal David Miranda (PDT-RJ) está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital no Rio de Janeiro. Em estado grave, ele sentiu fortes dores abdominais, segundo o jornalista Glenn Greenwald, marido do parlamentar.

De acordo com ele, ao dar entrada na emergência do hospital, os médicos perceberam que havia um "problema sério" com o sistema gastrointestinal de Miranda e, por isso, ele foi internado com inflamação na região. "Ele entrou na hora na UTI. Nas 72 horas seguintes, nada melhorou, muito pelo contrário, tudo estava piorando. O que deixa o David num estado bem grave, gravíssimo", relatou Glenn pelo Twitter.

Glenn acrescentou que hoje foi o primeiro dia que o marido deu sinais de recuperação. "Os exames estão um pouco melhores, o que está nos dando esperança e otimismo de que ele vai conseguir resistir a esses problemas que estão acontecendo."

No alto da barriga, no lado, no umbigo: como diferenciar dores abdominais?

Embora o deputado ainda não tenha um diagnóstico fechado, as dores nessa região podem mesmo confundir. No entanto, segundo os especialistas, é possível ter uma noção de qual área está mais acometida e causando o mal-estar e assim tomar providências.

No topo e meio do abdome: É o epigástrio, região da boca do estômago, e a dor aí não costuma ser intensa, mas contínua e piora quando se alimenta, o que pode gerar ainda refluxo e azia. Quando aguda, pode ser uma úlcera que abriu ou mais raramente, pâncreas.

Lado direito superior do abdome: "Abaixo da última costela, fica a vesícula. Uma dor forte ali pode significar cálculo e requer investigação", diz Sakano. Fígado em geral não dá dor, mas pode estar relacionado a enjoos, tonturas, dor de cabeça, cansaço, manchas roxas e inchaço.

Lado esquerdo superior do abdome: Dor intensa é algo raro. Mas se surgir fraquinha, como uma cólica, e vir acompanhada de diarreia e gases, pode ter relação com intestino. Aumento do baço não causa dor forte, mas um desconforto, inchaço, soluços, febre e palidez.

No centro do abdome: Na região do umbigo pode ser intestino ou hérnia umbilical. Também pode ter relação com úlcera gástrica, prisão de ventre e infecções (gastroenterite, pancreatite).

Lateral direita do abdome: Pode ser por inflamação no intestino, gases, irradiação das dores de vesícula ou de um cálculo no rim direito, sobretudo se percebida em direção às costas.

Lateral esquerda do abdome: Nessa região, denominada flanco (temos direito e esquerdo), a dor pode ter relação com cólica renal novamente, intestino preso, ou algum problema mais sério nesse órgão, principalmente quando prolongada, observa o gastroenterologista da BP.

Abaixo da região umbilical: É o hipogástrio e dor aí pode ter relação com bexiga (infecção urinária, cistite), mas também cólica menstrual, cólon irritável e diarreia.

Canto inferior direito do abdome: Dor aguda e intensa pode indicar apendicite, obstrução do final do ureter (canal que desce do rim em direção à bexiga) por cálculo, além de hérnia inguinal, rompimento de cisto de ovário, infecção urinária e inflamação intestinal ou testicular.

Canto inferior esquerdo do abdome: Com exceção da apendicite (inflamação do apêndice), os mesmos problemas do outro lado, ambos (direito e esquerdo) denominados de fossa ilíaca.

Existem também as chamadas "dores referidas", sentidas num local, embora produzidas em outro, e às vezes nem tão próximos. Um exemplo de dor abdominal que evolui para localizada é a de apendicite. Inicialmente é indefinida, na altura do umbigo, mas assim que o processo inflamatório atinge o peritônio, vira localizada e intensa na região inferior direita do abdome.

O que pode ser feito

Quando a intensidade da dor não é alta, ou já se tem um diagnóstico médico e sabe que é comum ter esse sintoma recorrentemente, espera-se que as ações sejam tomadas em casa a fim de se evitar idas desnecessárias ao pronto-socorro.

Em geral, é indicado ficar em repouso, evitar comer e beber em excesso, tomar antiespasmódico e aguardar por uma melhora breve.

Tudo bem que cólicas e dores tipo pontada, comuns em situações de problemas intestinais, assustem. Mas quando é de fato uma situação bem grave, como uma apendicite ou outra doença de risco, os desconfortos abdominais não são os únicos sintomas a darem as caras, não passam após horas, aumentam de intensidade e incapacitam.

Por isso, a depender do quadro, o paciente pode necessitar de atendimento médico, no hospital, onde pode ser medicado e liberado após orientação sobre tratamentos que deve seguir em casa ou mudanças alimentares e de hábitos de vida, ou ainda encaminhado para uma cirurgia.

* Com informações de reportagem publicada em 29/10/2021.