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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Olivia Newton-John tinha câncer de mama metastático; entenda o que é

Olivia Newton-John, mais conhecida pelo seu papel em "Grease - Nos Tempos da Brilhantina", morreu aos 73 anos - Reprodução
Olivia Newton-John, mais conhecida pelo seu papel em "Grease - Nos Tempos da Brilhantina", morreu aos 73 anos Imagem: Reprodução

Do VivaBem, em São Paulo

08/08/2022 18h21

A atriz Olivia Newton-John, conhecida pelo papel no filme "Grease - Nos Tempos da Brilhantina" (1978), morreu na manhã desta segunda-feira (8), aos 73 anos. A notícia foi comunicada nas redes sociais da artista, em uma nota assinada pelo seu marido, John Easterling.

A causa não foi informada, mas de acordo com uma fonte do TMZ, "depois de uma jornada de 30 anos contra o câncer, ela perdeu sua batalha contra o câncer de mama metastático".

Oliva foi diagnosticada com câncer de mama em 1992, mas a doença entrou em remissão. O câncer, no entanto, voltou mais duas vezes: em 2013 e 2017.

Em cânceres com metástase, a doença se espalha para outros órgãos do corpo, acumulando mutações que as células não conseguem controlar, remover ou matar.

"As células do tumor acumulam alterações genéticas que trazem vantagens de crescimento e invasão, tornando-se mais agressivas. E essa agressividade acaba resultando em uma maior invasão de tecidos e de órgãos, o que se traduz no surgimento de metástases", explica Leandro Machado Colli, professor da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).

O especialista acrescenta que essa invasão chega em vasos e faz com que as células circulem em outros locais, ou seja, a doença não está mais apenas localizada. "Quando se trata de um tumor com metástase, significa que nós temos um quadro mais agressivo do que tinha antes, uma célula mais resistente, e com maior necessidade de tratamentos sistêmicos, como quimioterapia e imunoterapia", diz Colli.

Baseado em exames de imagens e patológicos, os cânceres têm várias classificações, que vão desde o nível I até o IV —estágio mais avançado, quando a doença já se espalhou para outros órgãos, ou seja, existe metástase.

"Quanto maior o estágio, mais difícil é, em geral, o tratamento. No estágio IV, temos uma menor perspectiva de sobrevida, mas existem pacientes que possuem excelente resposta. Assim, não é infrequente a gente encontrar pacientes metastáticos que vivem durante muito tempo, até décadas, dependendo do tumor de origem", conta Colli.

Haila Bockis Mutti, oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e do Oncocenter (Centro Médico Oncológico), acrescenta que alguns tumores metastáticos são curáveis, como o câncer de testículo. Outros, como câncer de intestino e melanomas, dependendo do caso, podem ser curáveis, com terapêuticos mais recentes.

"Quando a doença é metastática, a gente precisa particularizar o câncer primário para saber se tem grande chance de cura ou não. Mas, de uma forma geral, doença metastática, a gente fala em controle de doença", completa Mutti.

Quais são os tratamentos para pacientes com metástase?

Atualmente, são diversas as terapias existentes a fim de reduzir os efeitos da metástase no corpo. Entre os principais tratamentos, a quimioterapia é o mais conhecido. No procedimento, são aplicadas medicações (geralmente na veia do paciente), que causam a morte das células tumorais que estão em crescimento acelerado.

A hormonioterapia é direcionada a tumores que se desenvolvem por conta da ação de hormônios, como o câncer de mama e de próstata. Nesses casos, a terapia, por meio de fármacos, geralmente orais, bloqueia a ação desses hormônios nos órgãos, impedindo o câncer de crescer e se espalhar.

Já nas terapias alvo, os medicamentos agem diretamente sobre uma mutação específica que está presente no tumor, impedindo seu crescimento. É uma forma de evitar que todo o corpo, ou grande parte dele, seja impactado pelas medicações.

Existe também a imunoterapia. Neste tratamento, o remédio estimula o sistema de defesa do corpo para que ele reconheça e destrua as células cancerígenas. Em alguns casos, principalmente se a metástase é única, ou seja, localizada em apenas uma região, tratamentos locais, como cirurgia ou radioterapia, também podem ser recomendados.

Importante saber que a escolha da melhor terapia vai depender de cada caso, que envolve o tipo de tumor, o avanço da doença, a saúde do paciente, entre outros fatores. O objetivo do tratamento do câncer metastático é impedir que a doença avance e, se possível, diminuí-la.

*Com informações de reportagens publicadas em 17/04/21 e 10/05/22