Cineasta Lars Von Trier, 66, descobre Parkinson; como diagnosticar doença?
O cineasta dinamarquês Lars Von Trier, 66, que dirigiu filmes como "Anticristo" (2009) e "Ninfomaníaca" (2014), foi diagnosticado com Parkinson, segundo comunicado da produtora Zentropa, divulgado pela revista Variety nesta segunda-feira (8).
Na nota, a produtora afirma que o cineasta está de "bom humor e seus sintomas estão sendo tratados" e que ele vai participar de eventos para a imprensa da terceira temporada da série "O Reino", projeto no qual está trabalhando.
O diagnóstico de Parkinson é feito, sobretudo, com avaliação clínica. Na hora da consulta, o médico ouvirá a queixa, levantará o histórico de saúde do paciente e vai fazer exames físicos minuciosos para identificar rigidez, tremor, mudança na letra, perda do olfato, entre outros sintomas e sinais.
"O diagnóstico é eminentemente clínico, mas existem avaliações complementares, entre elas, principalmente a ressonância magnética [que ajuda a identificar alterações da doença]. Não existe protocolo, cada paciente é avaliado de forma individual e pode confundir com outras doenças", explica o neurocirurgião Wanderley Cerqueira de Lima, do Hospital Albert Einstein e diretor do WCL Neurocirurgia.
É necessário relatar o uso contínuo de medicamentos, porque alguns podem simular sintomas típicos da doença, em uma condição conhecida como síndrome parkinsoniana. É o caso de fármacos para vertigem, os psiquiátricos e antieméticos (para náuseas e vômitos).
Embora não exista exame específico que confirme a doença, os profissionais da saúde podem solicitar exames sanguíneos complementares para identificar alterações hormonais, infecções, deficiências vitamínicas, entre outros. O objetivo é afastar outras situações clínicas que podem se assemelhar ao Parkinson.
Embora já existam biomarcadores da redução da função dopaminérgica, o que é acessado por meio da medicina nuclear, esses exames ainda não são rotineiros.
Quando é hora de procurar ajuda
De acordo com Wilson Gomes Júnior, neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFPR-Toledo (Universidade Federal do Paraná - campus Toledo), algumas manifestações do Parkinson podem acontecer de 3 a 5 anos antes de um diagnóstico final —o que os especialistas chamam de sintomas pré-motores.
Alguns exemplos deles são a redução da capacidade olfatória (hiposmia), a constipação, a depressão e até alterações do sono.
"Quando tais sintomas aparecem isoladamente, eles são considerados inespecíficos. Mas se a eles se somam dificuldades como o tremor antes inexistente, a lentificação do caminhar, do vestir-se, do entrar e sair do carro, dirigir ou digitar, é sinal de que uma investigação é urgente", acrescenta Gomes Júnior.
O especialista treinado para tratar a doença de Parkinson é o neurologista, mas o clínico geral e o geriatra também poderão avaliá-lo.
*Com informações de reportagem publicada em 10/08/21
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.