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Cineasta Lars Von Trier, 66, descobre Parkinson; como diagnosticar doença?

Lars Von Trier, 66, dirigiu filmes como "Anticristo" (2009) e "Ninfomaníaca" (2014) - Emma McIntyre/Getty Images
Lars Von Trier, 66, dirigiu filmes como "Anticristo" (2009) e "Ninfomaníaca" (2014) Imagem: Emma McIntyre/Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

08/08/2022 17h15

O cineasta dinamarquês Lars Von Trier, 66, que dirigiu filmes como "Anticristo" (2009) e "Ninfomaníaca" (2014), foi diagnosticado com Parkinson, segundo comunicado da produtora Zentropa, divulgado pela revista Variety nesta segunda-feira (8).

Na nota, a produtora afirma que o cineasta está de "bom humor e seus sintomas estão sendo tratados" e que ele vai participar de eventos para a imprensa da terceira temporada da série "O Reino", projeto no qual está trabalhando.

O diagnóstico de Parkinson é feito, sobretudo, com avaliação clínica. Na hora da consulta, o médico ouvirá a queixa, levantará o histórico de saúde do paciente e vai fazer exames físicos minuciosos para identificar rigidez, tremor, mudança na letra, perda do olfato, entre outros sintomas e sinais.

"O diagnóstico é eminentemente clínico, mas existem avaliações complementares, entre elas, principalmente a ressonância magnética [que ajuda a identificar alterações da doença]. Não existe protocolo, cada paciente é avaliado de forma individual e pode confundir com outras doenças", explica o neurocirurgião Wanderley Cerqueira de Lima, do Hospital Albert Einstein e diretor do WCL Neurocirurgia.

É necessário relatar o uso contínuo de medicamentos, porque alguns podem simular sintomas típicos da doença, em uma condição conhecida como síndrome parkinsoniana. É o caso de fármacos para vertigem, os psiquiátricos e antieméticos (para náuseas e vômitos).

Embora não exista exame específico que confirme a doença, os profissionais da saúde podem solicitar exames sanguíneos complementares para identificar alterações hormonais, infecções, deficiências vitamínicas, entre outros. O objetivo é afastar outras situações clínicas que podem se assemelhar ao Parkinson.

Embora já existam biomarcadores da redução da função dopaminérgica, o que é acessado por meio da medicina nuclear, esses exames ainda não são rotineiros.

Quando é hora de procurar ajuda

De acordo com Wilson Gomes Júnior, neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFPR-Toledo (Universidade Federal do Paraná - campus Toledo), algumas manifestações do Parkinson podem acontecer de 3 a 5 anos antes de um diagnóstico final —o que os especialistas chamam de sintomas pré-motores.

Alguns exemplos deles são a redução da capacidade olfatória (hiposmia), a constipação, a depressão e até alterações do sono.

"Quando tais sintomas aparecem isoladamente, eles são considerados inespecíficos. Mas se a eles se somam dificuldades como o tremor antes inexistente, a lentificação do caminhar, do vestir-se, do entrar e sair do carro, dirigir ou digitar, é sinal de que uma investigação é urgente", acrescenta Gomes Júnior.

O especialista treinado para tratar a doença de Parkinson é o neurologista, mas o clínico geral e o geriatra também poderão avaliá-lo.

*Com informações de reportagem publicada em 10/08/21