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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Quem corre mais risco ao se infectar com a varíola dos macacos?

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Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

04/08/2022 13h22

A confirmação da primeira morte por varíola dos macacos no Brasil acendeu um sinal de alerta entre os médicos e órgãos de saúde, principalmente pelo perfil da vítima. O paciente era um homem com "imunidade baixa", que estava em tratamento de câncer. De acordo com os especialistas, alguns grupos vulneráveis precisam mesmo tomar mais cuidado.

As crianças e gestantes, por exemplo, são considerados grupos de risco. No caso dos mais novos, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e, portanto, não é capaz de combater os agentes infecciosos com tanta eficiência.

Já as grávidas, naturalmente, têm a imunidade reduzida para conseguir gerar o feto. Com isso, o corpo não apresenta uma boa defesa contra as doenças, principalmente as infecciosas. "Na gravidez, até para manter o feto, o sistema imunológico dá uma 'relaxada' e isso pode resultar em doenças mais graves nelas, como ocorre com a gripe e covid, por exemplo", explica o infectologista Carlos Magno Fortaleza, presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia) e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP).

No entanto, ainda não dá para dizer se a doença nas crianças e gestantes será mais grave, reforçam os médicos.

E os imunossuprimidos?

Para entender o termo, primeiro, é importante compreender como o nosso sistema imunológico funciona. Ele é responsável por nos proteger de vírus, bactérias e outros agentes estranhos que tentam "invadir" nosso corpo. Mas em algumas pessoas esse "exército protetor" pode não funcionar perfeitamente. Por isso, elas são consideradas imunossuprimidas.

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Grávidas e crianças pequenas são grupo de risco da varíola dos macacos
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Há os indivíduos que nascem com uma falha neste sistema por causa de doenças congênitas, as chamadas de imunodeficiências primárias. Existem também os casos das imunodeficiências secundárias, como pacientes com HIV, pessoas em tratamento de câncer ou quem passou por um transplante de órgão e necessita dos imunossupressores pelo resto da vida.

"Além deste grupo, citaria ainda as pessoas com doença autoimune que fazem uso crônico de corticoide e outros imunossupressores. Elas também podem estar em grupo de maior risco para ter a doença grave", diz Fábio Araujo, infectologista do Hospital Emílio Ribas, que também atua no CRT (Centro de Referência e Treinamento DST/Aids) da unidade Santa Cruz, em São Paulo.

"Agora, não sabemos se ter imunodeficiências primárias, que possuem vários tipos, também deixa a pessoa mais suscetível. Mas chamaria atenção para as crianças, mulheres grávidas, pessoas que fizeram transplante de órgãos sólidos e paciente que fazem quimioterapia", afirma Araujo.

Os especialistas comentam ainda o caso da primeira morte no Brasil. "Por causa da doença, era uma pessoa que já estava com a capacidade diminuída para enfrentar o vírus", diz professor da Unesp. Ele também reforça que isso não é motivo para pânico, pois, de um modo geral, a doença está se apresentando de forma "leve" nos pacientes, apesar de ser bastante dolorosa.

De qualquer forma, existem algumas medidas que diminuem o risco de infecção ou ao menos evitam a transmissão do vírus para outras pessoas. Veja:

  1. Ficar atento aos sintomas e buscar atendimento médico o quanto antes;
  2. Evitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita de infecção: nada de toque, beijo ou sexo;
  3. Limitar o número de parceiros sexuais;
  4. Evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas;
  5. Não estigmatizar a doença: qualquer pessoa pode contrair o vírus;
  6. Usar máscaras;
  7. Cobrir braços e pernas em aglomerações;
  8. Higienizar as mãos.

Principais sintomas

Fique atento aos possíveis sinais:

  • Erupções cutâneas na pele (que parecem espinhas ou bolhas)
  • Vermelhidão na pele
  • Febre
  • Dor muscular
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Tosse
  • Inchaço dos gânglios linfáticos
  • Calafrios
  • Exaustão

As lesões na pele podem estar localizadas nas extremidades do corpo, como pés, mão, rosto, além do ânus, região do períneo ou nos genitais, causando dor e/ou coceira. As erupções também podem surgir dentro de boca, vagina e ânus.