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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Após bariátrica, ela perdeu 43 kg e transformou o exercício em hábito

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Hygino Vasconcellos

Colaboração para VivaBem

21/07/2022 04h00

Fátima Albiero, 41 anos, engordou ainda criança. Com 109 kg, o alerta de que precisava perder peso veio após não se sentir bem ao se ver em uma foto. Com gordura no fígado, ela optou pela bariátrica, mas entendeu que para ter saúde e manter-se magra não bastava só fazer a cirurgia, era preciso mudar o estilo de vida. A seguir, ela conta como conseguiu deixar o sedentarismo de lado e adotar hábitos saudáveis:

"Sou descendente de italianos e em casa sempre tivemos o hábito de comer muito. Quando acordávamos para ir para a escola, meu pai fazia no fogão à lenha polenta, queijo, salame e café com leite. Eu engordei ainda criança e tinha de ser assim, pois, na minha família, quem não era gordo não era saudável.

Na minha primeira gravidez, cheguei a 90 kg e não consegui emagrecer depois do parto. Tentei várias dietas malucas, mas elas nunca deram resultados pois eu mantinha os hábitos ruins. Não queria fazer atividade física nem mudar minha rotina.

Eu estava em um casamento tóxico e acabava descontando na comida todas as frustrações e sentimentos ruins.

Durante um tempo, minha vida foi comer e chorar. Quando engordava, comprava uma calça maior e não dava muita bola.

Em agosto de 2019, já divorciada, fizemos churrasco de família num sábado. Minha sobrinha tirou uma foto minha, sentada em uma mesa. Ela olhou a imagem e disse: 'Dinda, como tu tá gordinha'.

Como Consegui Fátima Albiero - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Na hora, não dei bola. Mas, quando cheguei em casa, parei para analisar a foto. Ao me ver nela, entrei em choque, foi o primeiro dia em que eu me senti muito gorda —eu me pesei e vi que estava com 109 kg, foi um grande baque.

A foto foi um divisor de águas. Naquele momento, percebi que não dava mais para continuar assim. Sempre soube que estava gorda, mas não achava que precisava emagrecer. Só ao ver a fotografia entendi o que estava fazendo comigo mesma. Aquilo foi um sinal e me incentivou a buscar ajuda.

Já na segunda-feira, procurei um médico, que me pediu alguns exames. O colesterol, a glicemia e a pressão estavam normais, mas o ultrassom mostrou que eu tinha gordura no fígado (doença chamada de esteatose hepática). Fiquei com muito medo, pois tinha um filho para criar. O que seria dele se eu tivesse um problema grave?

Como Consegui Fátima Albiero - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Por indicação do endocrinologista e com apoio do psicólogo, optei por fazer a cirurgia bariátrica. Minha 'refeição de despedida' antes da operação ocorreu há 15 dias do procedimento. Fui com o meu filho Miguel numa churrascaria e quase passei mal de tanto comer. Eu disse: 'Vai ser a última vez que vou comer essa quantidade numa churrascaria'. Pensei que nunca mais ia conseguir comer churrasco.

Antes, tinha o costume de comer muito rapidamente, mas depois da cirurgia não dá mais para fazer isso. Então, a primeira coisa que fiz após o procedimento foi reaprender a comer, tanto a mastigar mais devagar quanto a fazer escolhas mais saudáveis.

Tinha o hábito de consumir besteiras e quase todos os dias trocava a comida por lanches. Almoçava cachorro-quente, salgado de massa folhada, pastel... No fim da tarde, estava com muita fome e comia bolachas, pipoca, chocolate. Hoje, quase sempre almoço em casa: arroz, feijão, bife, salada e legumes. Já tento deixar tudo pronto na noite anterior.

Muitos dos meus erros de alimentação ocorriam por conta dos meus sentimentos. Aprendi a lidar com isso e não usar a comida para compensar as emoções. Se estiver triste ou feliz, vou comer a mesma coisa.

Treinar virou hábito

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Imagem: Arquivo pessoal

O médico liberou os exercícios após quatro meses do procedimento, mas só comecei a fazer atividade física seis meses depois, em março de 2020, pois tinha um pouco de medo. Foi bem quando veio a pandemia do coronavírus, mas não desisti. A academia funcionava com hora marcada e eu treinava por uma hora, três vezes por semana.

Quando a academia fechava por conta das restrições impostas pela covid, eu treinava em casa mesmo. Além dos exercícios de força, eu fazia caminhada. Com o treinamento, ganhei a massa muscular que havia perdido durante o processo de emagrecimento.

Até então, nunca havia feito atividade física regularmente. Quando estava obesa, emagrecia um pouco e já desistia da academia. Não tinha vontade de fazer exercícios e o meu peso dificultava os exercícios, caminhava na esteira e achava que ia morrer.

Antes da bariátrica, não gostava de treinar e não tinha bons hábitos. Não fazia as coisas buscando saúde, só procurava emagrecer

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Imagem: Arquivo pessoal

Apesar de não gostar da academia, após a cirurgia decidi que faria exercícios mesmo sem vontade, pois precisava e era importante para minha saúde. Ao ver que o treino trazia resultados além da estética, isso me motivou a não querer parar. Com a atividade física, passei a dormir melhor e a acordar mais disposta.

Atualmente, peso 63 kg, mas tenho em mente que a bariátrica não faz ninguém ficar magro para o resto da vida. Por isso, procuro me cuidar e manter os hábitos saudáveis.

Minha vida é totalmente diferente agora. Antes, tinha dores nas pernas e mal conseguia caminhar direito. Estava sempre cansada. A cabeça até queria fazer as coisas, mas o corpo não acompanhava. Não dava conta de trabalhar, cuidar da casa e do meu filho.

Eu não tinha vida e mudar isso foi o que me incentivou a fazer a cirurgia e adotar bons hábitos. Não foi por estética, eu queira qualidade de vida —algo que conquistei e pretendo manter para sempre.

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