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Mitos da tireoide: ultrassom é rotina? Criança pode ter problema? Entenda

Colaboração para VivaBem

15/07/2022 11h47

No episódio de estreia da quarta temporada do Conexão VivaBem, o tema discutido foi problemas na tireoide e a dificuldade de diagnóstico. Carla Diaz participou do programa e relembrou como foi o seu diagnóstico de câncer na glândula e explicou o tratamento.

Paula Pires, médica especialista em endocrinologia e metabologia, diz que a maioria dos sintomas relacionados à tireoide são inespecíficos e mais comuns em outras doenças, como refluxo, amigdalite ou até depressão. A seguir, ela esclarece alguns mitos e verdades sobre a glândula.

Ultrassom de tireoide deve ser exame de rotina?

Presente nas listas de check-up, Paula diz que o ultrassom da tireoide não deveria ser solicitado como exame de rotina, mas quando o paciente apresentar sintomas e tiver histórico familiar. Ela explica que o ultrassom da tireoide não é igual a indicação da mamografia ou colonoscopia, por exemplo. Nestes últimos casos, há uma idade indicada para fazer cada um. "Porque a gente sabe que detectando esses cânceres precocemente, diminui a mortalidade", diz.

Mas, segundo a médica, o câncer de tireoide é diferente porque é mais comum ter nódulo do que não ter. Cerca de 10% dos nódulos são malignos, e 95% dos malignos são curáveis. "Se a gente fizer ultrassom de tireoide em todo mundo, a gente vai achar muito nódulo, vai ficar todo mundo em pânico e fazer a punção."

A endocrinologista diz que o resultado da punção pode vir como indeterminado e que há pessoas que ficam em pânico que, às vezes, o cirurgião acaba fazendo a cirurgia para retirar a tireoide e depois descobre que é benigno.

"Então você que não tinha um problema, foi atrás de um problema que não existia, tirou a tireoide e agora tem um problema que nem era para ter."

Paula afirma que o ultrassom de tireoide não é indicado para todo mundo, mas para pacientes que apresentem sintomas na garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, falta de ar; histórico familiar de câncer de tireoide ou que tenham um nódulo visível. "Examino o pescoço de todos os meus pacientes no consultório. Já fiz o diagnóstico de câncer de tireoide olhando para a paciente, porque era muito magra, vi uma bolinha e pedi ultrassom."

Problemas de tiroide afetam mais mulheres?

Sim, para cada homem, há oito mulheres com problema de tireoide, é muito mais comum nelas.

Quem tem hipotireoidismo tem dificuldade de emagrecer?

Sim e não. O hipotireoidismo leva a uma lentidão do metabolismo, o que pode levar a pessoa a ficar mais preguiçosa e ganhar peso, que é principalmente retenção de líquido. No entanto, é importante ressaltar que se o indivíduo engordou muito, não é culpa da tireoide, mas provavelmente de um estilo de vida ruim associado a sedentarismo, alimentação não saudável e, em alguns casos, até predisposição genética à obesidade.

Disfunção na tireoide pode ser perigoso durante a gestação?

Sim, o bebê só passa a ter tireoide depois de dez semanas de gestação. Antes disso, ele depende 100% da tireoide da mãe, tanto que a tireoide de mães em condições normais dobra de tamanho para dar conta dela e do bebê. Quem tem hipotireoidismo, por exemplo, precisa aumentar a dose do remédio logo no início da gravidez.

Criança pode ter problemas na tireoide?

É raro, mas pode. O mais comum nas crianças é o hipotireoidismo congênito, isto é, ela já nasce com algum problema na glândula.

Qual a diferença de hipotireoidismo e hipertireoidismo?

Hipotireoidismo é quando a tireoide produz pouco hormônio. Tudo funciona menos, a pessoa fica cansada, tem queda de cabelo, intestino preso e pele seca.

Hipertireoidismo é o contrário, a glândula produz muito hormônio. Tudo funciona mais, o coração acelera, a pessoa fica agitada, pode ter insônia, emagrece, a pele fica mais oleosa.

O diagnóstico do hipotireoidismo e do hipertireoidismo é feito por meio do exame de sangue. Ambos podem ser transitórios ou durar para sempre, depende de cada pessoa.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a colonoscopia deve ser realizada, de forma rotineira, a partir dos 45 anos e não aos 50. A informação foi retirada do texto.