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Ácaros minúsculos vivem e acasalam em nossos rostos. Devemos nos preocupar?

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

24/06/2022 11h00

Um recente estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, aponta que existem minúsculos ácaros parasitas que vivem nos poros da pele dos rostos humanos e eles podem estar destinados a um beco sem saída na escala evolutiva.

Mais de 90% das pessoas hospedam os ácaros de 0,3 mm nas dobras oleosas do rosto, a maioria vivendo nos poros próximos ao nariz e cílios.

O ácaro, Demodex folicularum, passa toda a sua vida vivendo nos folículos da pele humana. Durante o dia eles se alimentam das secreções geradas pela pele oleosa. À noite, saem do poro para encontrar parceiros e encontrar novos folículos para fazer o cruzamento e botar seus ovos.

De acordo com a Alejandra Perotti, coautora do estudo, qualquer esforço para lavar o rosto com a intenção de se livrar dos ácaros será em vão, pois eles existem no corpo humano desde o nascimento e são transmitidos da mãe para o bebê durante a amamentação. Além disso, eles vivem nas profundezas dos poros, em uma área inalcançável para qualquer limpeza. Segundo a especialista, eles não são nocivos e estão em 90% dos seres humanos.

"Devemos amá-los, porque são os únicos seres que vivem em nossos corpos a vida inteira, e devemos apreciá-los porque limpam nossos poros", disse a Alejandra Perotti.

Eles são muito pequenos e fofos. Não há nada para se preocupar em tê-los. Eles limpam nossos poros e os mantêm em ordem. Não se preocupe. Fique feliz por ter uma pequena criatura microscópica vivendo com você, pois eles não causam nenhum dano. Alejandra Perotti, à BBC

Esconderijos do amor

"À noite, enquanto dormimos profundamente, eles visitam os poros para fazer sexo e ter bebês", conta Perotti. Sim, essas criaturas estão usando nossos poros como esconderijos do amor. Uma noção bastante romântica e agradável.

O estudo mostra que, à medida que a diversidade genética dos ácaros diminui, a dependência deles aumenta - o que significa que correm o risco de uma possível extinção.

Os ácaros têm quatro pares de pernas curtas, cada uma com um par de garras. Além de contarem com um longo corpo semelhante ao de um verme.

Um estudo publicado na revista Molecular Biology and Evolution apontou que o relacionamento dos ácaros com os humanos é mais íntimo do que parece.

Os pesquisadores analisaram o genoma dos ácaros e descobriram que ele tem o menor número de genes funcionais de qualquer artrópode (insetos, aracnídeos e crustáceos).

Os microorganismos se tornaram tão dependentes de seu hospedeiro humano que seu genoma está "erodido", reduzido ao mínimo de genes necessários para sobreviver, dizem os pesquisadores.

O gene que normalmente regula a vigília e o sono em artrópodes está inativo. Então, o organismo detecta alterações nos níveis do hormônio melatonina nas secreções da pele humana. Ele se manifesta quando dormimos e volta à reclusão quando acordamos.

Dessa maneira, fica claro que esses microrganismos funcionam em uma dinâmica cada vez mais sincronizada com os humanos, indicando que as pessoas vivem com um parasita externo, um organismo inteiramente dependente delas para sua existência.

Por outro lado, conforme sua diversidade genética diminui e, com isso, sua capacidade de deixar o hospedeiro e encontrar novos companheiros, eles também correm o possível risco de serem extintos.

Para Alejandra Perotti, em muitos casos, o Demodex deve ser um motivo de preocupação para a saúde das pessoas, já que eles também contribuem para a prevenção de problemas como acne, por meio do desbloqueio dos poros. O cuidado com eles também é essencial para uma relação equilibrada entre os humanos e todos os seres vivos na natureza, apontou a especialista.

Eles estão associados a uma pele saudável. Então, se forem extintos, poderemos enfrentar mais problemas dermatológicos.

*Com informações da BBC

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