Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Filho de Felipe Simas é mordido por cachorro; veja o que fazer nesses casos

Ator Felipe Simas com o filho Vicente no colo - Reprodução/Instagram
Ator Felipe Simas com o filho Vicente no colo Imagem: Reprodução/Instagram

Letícia Naísa

Do VivaBem*, em São Paulo

13/05/2022 19h01

O ator Felipe Simas, 29, contou nas redes sociais que seu filho mais novo, Vicente, de apenas 2 anos, foi mordido por um cachorro no rosto. "Foram cortes superficiais, mas que derramaram sangue e lágrimas não só no pequeno como nos irmãos também", disse no Instagram.

Simas não deu detalhes do atendimento que o caçula recebeu, mas é preciso ficar atento em casos de mordidas de cães. A cavidade oral dos animais pode abrigar mais de 300 tipos de microrganismos como bactérias, fungos, vírus e protozoários. Portanto, um acidente desse tipo pode gerar uma lesão inflamatória ou infecciosa.

Primeiros socorros

Existem alguns procedimentos primários que podem ser adotados em casos de mordidas para diminuir os riscos de infecção:

  • Lavar o corte com água corrente e sabão ou soro fisiológico;
  • Estancar o sangramento com curativo compressivo;
  • Buscar atendimento médico independentemente do grau e seriedade da lesão.

Dependendo do local da lesão, é possível que haja algum tipo de arranhão, perfuração, dilaceração ou esmagamento. Em cortes mais aprofundados nas extremidades do corpo, como mãos, braços e pernas, há o risco de afetar nervos e tendões (tenossinovite) e haver infecção da articulação (artrite séptica), em casos mais severos, pode-se atingir a parte óssea, com a inoculação da bactéria (osteomielite).

Após uma avaliação médica, o tratamento pode exigir uso de antibióticos de largo espectro, com objetivo de atingir grande número de microrganismos, com foco nas infecções primárias e, em alguns casos, secundárias, além de anti-inflamatórios e analgésicos, de acordo com a necessidade.

Mesmo casos de lesões mais leves, superficiais e sem hemorragia podem causar infecções e devem ser devidamente limpos. Pessoas com doenças preexistentes (desnutrição, imunossupressão ou diabetes) devem ter atenção redobrada já que podem desenvolver algum tipo de contaminação com maior frequência.

Raiva

Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, com base em registros do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que tem como referência atendimentos antirrábicos entre 2009 e 2013, notificaram mais de 500 mil mordeduras, somando-se a animais silvestres, como morcegos, raposas, entre outros.

Porém, mais de 90% dos casos de raiva humana ocorrem através da mordida de cães não vacinados, via saliva. A doença viral infecciosa acomete o ser humano de forma quase sempre fatal. Desta forma, a vacinação de cães é a forma mais efetiva para a prevenção da raiva em pessoas.

Em pessoas imunologicamente comprometidas, as mordeduras de cães também podem causar infecção generalizada e até choque séptico, ou septicemia, ou meningite em crianças. Por fim, mesmo não sendo comumente encontrado na boca de cães, pode haver infecção pela bactéria responsável pelo tétano.

Como se portar diante de um cão?

  • Jamais estimule brincadeiras agressivas, pois eles não entendem a hora de parar, e caso ele se sinta incomodado, expressa o incômodo através da mordida;
  • Caso queira interagir com um animal, sempre pergunte ao responsável pelo cão se você pode se aproximar dele. Antes de tocá-lo, permita que ele te veja e cheire sua mão, vagarosamente;
  • Quando um animal desconhecido se aproximar de você, permaneça imóvel. Permita-o reconhecer seu cheiro. Não faça movimentos bruscos, pois isso pode trazer a sensação de que ele seria agredido. Lembre-se que, da mesma forma que reagimos ao susto com ações bruscas e, às vezes, agressivas, cães utilizam a boca para se defender prontamente --é instintivo;
  • Caso sinta medo de um cão desconhecido, jamais corra ou faça barulhos. Tudo o que gera sensação de perigo ao cão pode servir como gatilho e favorecer o ataque, como justificativa de defesa. Desta forma, não interaja com o cão enquanto ele dorme, come ou cuida de seus filhotes;
  • Se não quiser interagir com o animal, não faça contato visual direto com o cão. Mantenha seu corpo de lado enquanto o cão te olha, pois o cão interpreta como agressiva a postura do ser humano que o encara, podendo sentir necessidade de reagir.

Em caso de ataque, proteja-se mecanicamente com o que estiver ao seu alcance. Caso ele te derrube, não segure o animal. Sente-se no chão e se enrole como uma bola, protegendo sua cabeça entre as pernas, colocando seus braços para proteger as orelhas e o pescoço e mantenha-se firme.

Procure um serviço médico em até 6 horas após o ocorrido. Mesmo em casos de feridas pequenas, e após este prazo, você deve procurar um hospital se a ferida se tornar vermelha, dolorosa, inchada, quente ou caso você apresente febre.

Recomenda-se também a procura por um serviço médico caso não saiba se o animal estava corretamente vacinado contra raiva.

Em casos de feridas graves, utilize um pano limpo para fazer compressão e interromper o sangramento e procure ajuda imediatamente, podendo contatar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) através do número 192 caso esteja sozinho. Lembre-se que a perda sanguínea em grande quantidade pode deixar você rapidamente fraco, impedindo que você dirija ou caminhe até um hospital.

Não mate o animal. Mantenha-o seguro, recebendo alimentação e comida por 10 dias, para que possa ser possível identificar sinais clínicos indicativos da raiva, por exemplo.

*Com informações de reportagem publicada em 20/12/2019.