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Consumir própolis fortalece o sistema imunológico?

Imagem: Priscila Barbosa

Renata Turbiani

Colaboração para VivaBem

13/04/2022 04h00

Todos os dias, somos expostos a uma diversidade de vírus, bactérias e outros microrganismos invasores que são capazes de causar uma série de doenças. A princípio, isso pode parecer assustador, mas a boa notícia é que temos um exército interno de defesa, comandado pelo sistema imunológico, que consegue bloquear a maioria desses patógenos e, assim, não nos fazer adoecer tão facilmente.

Mas há um porém: esse processo todo depende do quão fortalecida está a nossa "barreira de combate". De modo geral, a forma de garantir que ela funcione bem é manter hábitos saudáveis, o que inclui alimentação balanceada, prática regular de exercício físico e vacinação em dia. Mas também é possível dar uma potencializada através do consumo de algumas substâncias extras. O própolis é uma delas.

Combinação de secreções salivares e enzimas das abelhas com material resinoso e balsâmico coletado por esses animais em diferentes partes das plantas, como galhos, flores, pólen, botões e exsudados de árvores, o produto —como comprovado por diversos estudos realizados mundo afora—, tem ação antimicrobiana, antioxidante, anti-inflamatória e imunomoduladora.

Segundo os especialistas consultas por VivaBem, isso se deve à sua composição e variedade química, que envolve a presença de compostos fenólicos e flavonoides, entre outros. Esses elementos têm papel fundamental na resposta orgânica a determinados microrganismos e, portanto, ajudam não apenas a prevenir infecções e inflamações, mas também a combatê-las.

Na prática, o que eles fazem é anular os radicais livres devido à sua ação antioxidante —quando em excesso, essas moléculas prejudicam todo o organismo— e, ao mesmo tempo, aumentar a quantidade de anticorpos e promover a ativação das células de defesa, para que reconheçam e eliminem os invasores de forma mais coordenada, evitando, assim, uma resposta inflamatória exagerada.

Apesar dos benefícios, é preciso explicar dois pontos. O primeiro é que nem todo mundo vai ser beneficiado com o uso do própolis. Em algumas pessoas, ele pode não ter efeito algum. O segundo é que há no mercado diferentes tipos do produto. Eles derivam da espécie de planta visitada, da espécie de abelha, da época de coleta e da substância utilizada para a sua extração. Sendo assim, suas propriedades físico-químicas mudam de acordo a região em que são produzidos e podem interferir no resultado terapêutico esperado.

Como consumir própolis?

A dosagem de própolis a ser consumida depende da sua forma de comercialização, se cápsula, tintura ou solução. Mas, no geral, o recomendado para adultos saudáveis é o seguinte: 1 cápsula por dia ou 50 gotas da tintura até três vezes ao dia ou 30 gotas diárias da solução. No caso de crianças, elas podem ingerir a partir dos 2 anos, mas em uma quantidade menor e na forma aquosa e não na alcoólica.

Não há contraindicação na ingestão da substância no dia a dia, a não ser para pessoas que tenham alergia e hipersensibilidade a abelhas ou a algum dos componentes da fórmula ou ainda intolerância gástrica. Em se tratando da versão alcoólica, é preciso ter cuidado com indivíduos que não podem consumir álcool.

E, atenção: mesmo sendo um produto seguro e benéfico para o sistema imunológico, o ideal é consultar um médico antes de iniciar o uso e contar com o seu acompanhamento durante todo o processo. Outra indicação é, na hora da compra, optar pela própolis orgânica e verificar ela se possui selo de inspeção emitido pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Própolis é benéfico para o sistema imune. Mas e o mel?

Outro item produzido pelas abelhas, o mel, é considerado uma fonte natural de saúde. Este também é um alimento com ação antioxidante, por conta da presença de flavonoides e polifenois em sua composição. Porém, as quantidades não são tão grandes quanto as do própolis, o que, no final das contas, faz com que ele seja menos eficiente no fortalecimento do sistema imunológico.

Ainda assim, os especialistas dizem que vale a pena o consumo. As únicas restrições são para a população diabética, já que o mel contém altos teores de açúcar, para crianças menores de 1 ano e para os alérgicos. As demais pessoas podem consumir de forma moderada —o indicado é 1 colher de sopa por dia— e, mais uma vez, sob a supervisão e a orientação de um médico.

Fontes: Camila Sacchelli Ramos, pesquisadora do Laboratório de Farmacologia e Imunologia Aplicada e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Marcelo Silveira, nefrologista do Hospital São Rafael, de Salvador (BA), e pesquisador clínico do Idor (Instituto D'Or de Pesquisa); Margarete Akemi Kishi, farmacêutica, pesquisadora, especialista em homeopatia, fitoterapia e medicina tradicional chinesa e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Vanderli Marchiori, nutricionista da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição).

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