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Veja o que já se sabe sobre a subvariante BA.2 da ômicron

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Do VivaBem*, em São Paulo

03/02/2022 18h18Atualizada em 07/02/2022 19h48

Após a chegada da ômicron, houve um aumento expressivo de novos casos de covid-19 pelo mundo todo. Agora, os cientistas descobriram uma subvariante chamada BA.2, que começou a substituir a variante "original" BA.1.

Isso ocorre porque, à medida que os vírus se transformam em novas variantes, às vezes, eles se dividem ou se ramificam em sub-linhagens. A variante delta, por exemplo, é composta por 200 subvariantes diferentes.

O mesmo movimento ocorreu com a ômicron, que inclui as linhagens BA.1, BA.2, BA.3 e B.1.1.529. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a BA.1 corresponde pela maioria dos casos até o momento, presente em quase 99% das amostras de DNA viral submetidas ao banco de dados global GISAID (em 25 de janeiro de 2022). Abaixo, veja o que já se sabe sobre a BA.2:

Quando e onde surgiu a BA.2?

Desde novembro de 2021, 40 países adicionaram milhares de sequências BA.2 aos seus bancos de dados. Atualmente, a subvariante foi identificada nas Filipinas, Nepal, Catar, Índia, Dinamarca, Botsuana, Quênia, Malauí, Senegal, África do Sul e, recentemente, no Brasil.

Países mais afetados

Em alguns lugares, seu crescimento foi acentuado. A Dinamarca, inclusive, foi o primeiro país onde a BA.2 ultrapassou a "original". Segundo o Instituto Estatal Serum do país, cerca de metade dos novos casos de covid-19 é causada pela sub-linhagem.

A Índia é outro país onde BA.2 está substituindo rapidamente as variantes delta e ômicron BA.1, segundo levantamento conduzido pelo biólogo molecular Bijaya Dhakal.

O Departamento de Saúde das Filipinas (DOH, na sigla em inglês) disse que a sub-linhagem BA.2 já era predominante nas amostras recebidas no final de janeiro.

E, na Inglaterra, mais de mil casos confirmados de BA.2 foram identificados, conforme a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês).

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Ela foi designada como uma "variante sob investigação" pelas autoridades de saúde britânicas, o que significa que eles a estão acompanhando de perto, mas neste momento não estão muito preocupados com ela.

As infecções por BA.2 na Alemanha também estão crescendo mais rápido do que a BA.1 e a delta, de acordo com Meera Chand, diretora de covid-19 da UKHSA.

BA.2 é mais "furtiva"

Às vezes, ela é chamada de subvariante "furtiva" porque não possui o marcador genético que os pesquisadores estavam usando para identificar rapidamente se uma infecção era um caso de ômicron "regular" (BA.1 ) ou de delta.

Tal como acontece com outras variantes, uma infecção por BA.2 pode ser detectada por testes PCR e antígeno, mas eles só indicam se o caso é positivo ou negativo para covid —não conseguem distinguir as variantes. Para isso, são necessárias mais verificações.

A BA.2 é mais transmissível?

Até o momento, sim. Um estudo com 8,5 mil famílias e 18 mil indivíduos conduzido pelo Instituto Estatal Serum da Dinamarca descobriu que BA.2 era "significativamente" mais transmissível do que BA.1.

Ela infectou com mais facilidade indivíduos vacinados e com doses de reforço do que as variantes anteriores, segundo o estudo, embora as pessoas vacinadas tenham mostrado menos probabilidade de transmiti-la.

Outro estudo, do Reino Unido, também encontrou maior transmissibilidade para BA.2 em comparação com BA.1. Mas uma avaliação preliminar não encontrou evidências de que as vacinas seriam menos eficazes contra doenças sintomáticas para qualquer uma das subvariantes.

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Modelo de máscara PFF2
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BA.2 pode causar mais reinfecções

Pesquisas realizadas na Dinamarca apontam para o poder de reinfecção desta linhagem em quem já foi infectado pela ômicron. De acordo com Anders Fomsgaard, chefe do laboratório de pesquisa e desenvolvimento sobre vírus do Instituto Nacional de vacinas da Dinamarca, isso seria "uma possibilidade teórica".

Portanto, mais estudos estão sendo realizados neste momento sobre essa questão. Segundo Fomsgaard, traços desta subvariante foram encontrados em amostras coletadas no país em 1° de novembro, ou seja, três semanas antes de a ômicron ser formalmente identificada na África do Sul.

Apesar de provocar o aumento de infecções benignas, o especialista indica que até o momento não foi estudado, por exemplo, quais faixas etárias são mais atingidas pela subvariante, o nível de imunização das pessoas contaminadas e se a BA.2 resulta em mais hospitalizações que a ômicron.

A BA.2 é mais perigosa?

Ainda não há dados que sugiram que BA.2 leve a uma doença mais grave do que as subvariantes anteriores da ômicron.

De acordo com a OMS, essa nova forma da ômicron não parece ser mais grave do que a forma original. "Observando outros países onde a BA.2 está agora ultrapassando a (BA.1), não estamos vendo nenhum aumento maior na hospitalização do que o esperado", disse Boris Pavlin, da equipe de resposta à covid-19 da organização.

Pavlin acrescentou que, mesmo que a BA.2 substitua a BA.1, isso pode ter pouco efeito na trajetória da pandemia e na forma de tratar as pessoas. "É improvável que seu impacto seja substancial, embora sejam necessários mais dados", disse ele.

Meera Chand, diretora de covid-19 da UKHSA afirmou que, até agora, não há evidências suficientes para determinar se a BA.2 causa uma doença mais grave do que a BA.1, mas os dados são limitados e a UKHSA continua investigando. "Devemos permanecer vigilantes e tomar as vacinas. Todos devemos continuar a nos testar se sintomas aparecerem".

Vacinas protegem?

Segundo as autoridades, as vacinas contra covid-19 continuam fornecendo proteção semelhante contra as diferentes formas da ômicron. Portanto, não deixe de manter o calendário de vacinação atualizado.

Além do imunizante, as medidas para evitar o contágio de covid seguem os mesmos: máscara bem ajustada ao rosto (de preferência as PFF2), distanciamento social (se possível), optar por ambientes ventilados e manter a higiene das mãos.

* Com informações de reportagens publicadas em 02/02/2022 e 03/02/2022.