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Anitta tem 'cistite de lua de mel' após relação sexual; entenda o quadro

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Bruna Alves

Do VivaBem, em São Paulo*

23/11/2021 12h45

Durante uma conversa exibida no canal de Sabrina Sato no YouTube, Anitta revelou ter "cistite de lua de mel". "Eu não posso transar com alguém muito avantajado que não consigo caminhar no dia seguinte. É horrível! E não tem nada a ver com bactéria, não, gente, é porque já socou muito lá e aí inflamou, entendeu?".

A cistite é uma inflamação na bexiga, órgão responsável por armazenar a urina antes que ela seja eliminada do corpo pela uretra. A atividade sexual é uma das principais causas dessa inflamação, mas não pelo tamanho do pênis, como citou Anitta, e sim por causa do atrito que ocorre durante as relações, que pode irritar a uretra ou levar bactérias do ânus ou da vagina para o trato urinário.

Existem vários tipos de cistite, e a popularmente conhecida como "lua de mel" recebeu esse nome porque, antigamente, era comum o casal iniciar a vida sexual durante a lua de mel, ocasião em que muitas mulheres eram acometidas pela inflamação. Isso significa que, quanto mais relações sexuais, maiores serão os riscos de desenvolvimento do quadro inflamatório.

Causas

O agente infeccioso que causa cistite em mais de 80% dos casos é uma bactéria chamada Escherichia coli. Ela vive no intestino humano e não causa nenhum problema enquanto está ali. Entretanto, por diferentes razões, pode infeccionar a uretra.

Outros organismos também podem causar cistites, como Klebsiella spp, Pseudomonas spp, Enterococcus spp e Enterobacter spp. O fungo Candida e certos vírus podem ser responsáveis por casos mais raros de infecção urinária, em pacientes com imunidade comprometida.

Por que risco é maior em mulheres?

As mulheres são bem mais vulneráveis às cistites do que os homens por uma questão anatômica, já que a uretra delas é mais curta e sua entrada fica mais próxima da vagina e do ânus, partes do corpo em que a presença de bactérias é normal.

Estimativas indicam que metade das mulheres vai sofrer pelo menos um episódio de cistite ao longo da vida.

Fique atento aos sinais e sintomas

As manifestações mais frequentes da cistite são:

  • Dor ou ardor ao fazer xixi;
  • Vontade de urinar o tempo todo (e quando a pessoa vai ao banheiro quase não há urina);
  • Dor no baixo ventre;
  • Urina escura, turva, com presença de sangue ou com cheiro estranho;
  • Fraqueza, irritabilidade ou mal-estar.

Diagnóstico

Sempre que há suspeita de cistite é recomendável consultar o médico e passar por um exame de urina para verificar se há infecção. Em caso positivo, o médico irá determinar qual o agente envolvido e o medicamento mais indicado para o caso.

Outros exames podem ser solicitados para pacientes com quadros recorrentes, como cistoscopia (que permite visualizar a bexiga), ultrassonografia ou tomografia do sistema urinário, e a uretrocistografia miccional (exame com contraste para verificar se a urina é eliminada completamente).

Complicações da cistite

Febre, dor nas costas, náusea, vômitos, perda de apetite e calafrios podem indicar que uma infecção limitada à bexiga alcançou os rins.

Nesse caso, há risco de lesões no órgão e também de as bactérias entrarem na corrente sanguínea e o quadro evoluir para uma infecção generalizada (septicemia), com risco de morte.

Tratamento

A maioria dos casos são fáceis de serem tratados, mas há sempre o risco de a infecção subir da bexiga para o ureter e alcançar os rins, passando a ser chamada de pielonefrite. Essa condição é grave: pode causar lesões nos rins ou evoluir para uma infecção generalizada.

Como a maioria dos casos é provocada por bactérias, o tratamento mais comum é o uso de antibióticos.

Pela demora do resultado da cultura de urina, muitos médicos podem prescrever antibióticos de amplo espectro —aqueles que eliminam vários tipos de bactérias ao mesmo tempo (como a norfloxacina e a ciprofloxacina). Essa conduta, no entanto, tem sido questionada, uma vez que pode contribuir para o desenvolvimento de organismos mais resistentes.

O uso de analgésicos também pode ser indicado para aliviar a dor até que o antibiótico surta efeito. Alguns deles agem especificamente nas vias urinárias, mas é importante lembrar que eles são apenas sintomáticos e, sozinhos, não curam o problema.

Compressas ou banhos de assento também podem trazer alívio. É recomendável que, terminado o tratamento, o paciente faça um novo teste de urina para confirmar se está tudo bem. Nos casos em que a infecção se repete, o urologista deve ser consultado.

*Com informações da reportagem publicada em 04/06/2019.