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Estudo: resposta imune da CoronaVac permanece por até um ano no organismo

Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo
Imagem: Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo

Do VivaBem, em São Paulo

01/11/2021 13h05

Entender a memória imunológica das vacinas contra covid-19 é um ponto fundamental para conter a pandemia e, consequentemente, diminuir número de novos casos e de óbitos. Pensando nisso, um novo estudo feito com a CoronaVac buscava entender a resposta imune induzida pelas duas doses ao longo de um ano.

Publicado no The Lancet no dia 19 de outubro, ainda sem revisão de outros cientistas (preprint), o resultado mostrou que a resposta imune humoral e celular induzida pela vacina do Instituto Butantan e da Sinovac permanece por um ano no organismo.

A imunidade humoral é aquela derivada de anticorpos, as moléculas de defesa do corpo. Já a imunidade celular envolve as células chamadas de linfócitos T (ou células T).

Como o estudo foi feito

A pesquisa foi realizada por cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças e da Universidade Médica Capital, ambos de Pequim, na China. Foram analisados 150 voluntários, com idades entre 18 e 59 anos, que receberam as duas vacinas com 14 dias de intervalo.

Para poder verificar a evolução do panorama imunológico dos participantes, amostras de sangue foram coletadas antes do recebimento da primeira dose da vacina, assim como decorridos um, três, seis e 12 meses após a segunda dose.

Principais resultados do estudo

Os cientistas observaram que, um mês após a imunização completa, os anticorpos de ligação e os anticorpos neutralizantes surgiram rapidamente.

Anticorpos neutralizantes são produzidos naturalmente pelo corpo e são responsáveis por defender o organismo de organismos invasores que causam doenças.

Já os de ligação são responsáveis por se ligar a um patógeno e alertar o sistema imunológico de sua presença, de forma que os glóbulos brancos possam ser enviados para destruí-lo. Mesmo que eles não impeçam a entrada viral, os anticorpos de ligação são úteis como indicadores de diagnóstico se um indivíduo está infectado ou não.

A taxa de soropositividade dos anticorpos de ligação foi de 99% e a taxa de soroconversão de anticorpos neutralizantes foi de 50%.

Do terceiro até o 12º mês após a imunização, houve uma ligeira diminuição ao longo do tempo nos anticorpos neutralizantes e anticorpos de ligação. No entanto, após um ano, ambos anticorpos ainda eram detectáveis.

Por que este estudo é importante?

De acordo com os pesquisadores, o trabalho serviu para mostrar que a Coronavac não apenas induziu ligações duráveis e respostas de anticorpos neutralizantes por até 12 meses, como foi verificada a presença de células T de memória (CD4 + e CD8 +) específicas do coronavírus.