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Saúde

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Queiroga tem covid mesmo vacinado; isso não significa que imunização falhou

Do VivaBem, em São Paulo

22/09/2021 11h07

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está com covid-19 e agora faz quarentena em Nova York, nos Estados Unidos. Queiroga estava na comitiva que acompanhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Em telefonema, ele disse à coluna de Carla Araujo que não apresenta sintomas da doença provocada pelo coronavírus.

Nas redes sociais, muitas pessoas começaram a levantar dúvidas sobre a eficácia da vacina, já que Queiroga, imunizado, foi infectado, e Bolsonaro, que não tomou a vacina, não. Mas o ministro ter pegado covid-19 não significa que a vacina não funciona e o fato de ele não apresentar sintomas mostra que a vacinação está cumprindo seu papel.

"As imunizações contra a covid-19 não evitam que a pessoa contraia o coronavírus, mas, sim, reduzem o risco de o indivíduo desenvolver casos graves de covid, que exigem hospitalização e causam mortes", explica Gustavo Cabral, imunologista PhD pela USP (Universidade de São Paulo) em sua coluna no VivaBem.

Queiroga já recebeu as duas doses da vacina contra a covid-19, mas, com o vírus circulando, assim como quem não recebeu nenhuma dose, há risco de ser infectado. A diferença está em como o organismo de alguém como ele, já imunizado, é atingido pela doença. Repetimos: muitos não desenvolvem sintomas —como o próprio ministro— e ficam protegidos de evoluções graves.

Um estudo da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), mostra que pessoas completamente vacinadas representaram somente 3,68% das mortes por covid-19 que ocorreram no Brasil entre 28 de fevereiro e 27 de julho.

Por isso, explica o imunologista, não faz sentido culpar a vacina ou levantar a suspeita de que ela não funciona quando alguém completamente imunizado é infectado pelo coronavírus, como aconteceu com Queiroga. A vacinação é a principal arma para nos proteger das formas graves da covid-19, mas não dispensa outros cuidados, como evitar aglomerações, utilizar máscara (principalmente a PFF2), preferir ambientes ventilados e higienizar as mãos.