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Veja 8 alimentos que mais causam alergia alimentar e como substituí-los

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Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para VivaBem

29/07/2021 04h00

Resumo da notícia

  • A alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico reage logo após a ingestão de determinado alimento
  • Os sintomas variam e podem ser mais graves, quando há dificuldade de respirar, o que aumenta o risco de morte
  • Os alimentos que mais causam alergia são: leite, ovos, soja, frutos do mar, peixes, frutas secas, amendoim e cereais
  • Prevenir as alergias alimentares é ainda um desafio e o ideal é excluir o alimento da dieta

Imagine comer um alimento e sentir coceira, rouquidão, tosse ou até falta de ar? É o que acontece com quem sofre de alergia alimentar, ou seja, quando o sistema imunológico reage exageradamente logo após a ingestão de determinado alimento ao identificá-lo como ameaça. Muitas vezes, uma pequena quantidade já desencadeia problemas sérios.

De acordo com Jackeline Motta, coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), as reações do organismo são imediatas ou tardias. "Os sintomas variam de leves a potencialmente fatais, no caso da anafilaxia (comprometimento das vias aéreas, circulação e choque). Surgem coceiras, urticária, congestão nasal, rouquidão, tosse, vômitos, dor abdominal, refluxo e diarreia. Além de arritmias, síncopes e dificuldade para respirar", destaca.

Dados da Asbai estimam que as alergias alimentares atinjam cerca de 6% das crianças menores de três anos e 3,5% dos adultos. Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), afirma que os sintomas são mais comuns em bebês e crianças, mas surgem em qualquer idade. Além disso, há alguns medicamentos que controlam os sintomas, mas o ideal é excluir aquele alimento da dieta logo após o diagnóstico de alergia.

Qualquer alimento pode ser alergênico, ou seja, capaz de causar reações alérgicas em algumas pessoas. No entanto, segundo informações da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), órgão vinculado à OMS (Organização Mundial da Saúde), há oito alimentos que são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas alimentares no mundo.

A seguir, veja mais detalhes sobre esses alimentos e como realizar substituições sem comprometer a nutrição.

leite - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

1. Leite de vaca

A bebida é considerada a principal responsável por alergias alimentares na infância. Geralmente, há uma reação à proteína do leite, principalmente a caseína, logo no primeiro ano. Mas alguns adultos também apresentam o problema após a ingestão de leite. É comum que surjam sintomas como vômitos, refluxos, diarreias e cólicas.

"Quando essa alergia ocorre na infância, recomenda-se o acompanhamento com pediatra e nutricionista para a indicação de fórmula específica em substituição ao leite animal. Isso evita repercussões no crescimento e desenvolvimento da criança devido à má nutrição", destaca Izabelle de Araujo, chefe da unidade de nutrição clínica do HU-Univasf (Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco), da Rede Ebserh.

Vale destacar que alergia alimentar ao leite não é intolerância à lactose. Neste último, não há uma reação do sistema imunológico, mas uma incapacidade de digerir o açúcar encontrado no leite de vaca (lactose).

Os adultos podem substituir o leite de vaca por bebidas vegetais, que também são nutritivas. É o caso do leite de amêndoas, que contém minerais e vitaminas. Também é possível optar pelo leite de aveia, que tem antioxidantes, como a vitamina E.

peixes - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

2. Peixes

Para a maioria das pessoas, consumir peixes é um hábito saudável. Porém, a alergia ao alimento está entre as mais comuns no mundo: atinge cerca de 2% dos adultos, de acordo com estudos. É considerada uma das principais causas de anafilaxia e ocorre com maior frequência em países onde há alto consumo do alimento.

Mas o peixe pode ser substituído por frango, um alimento conhecido por sua praticidade e baixo custo e que tem proteínas e vitaminas do complexo B, indispensáveis para o metabolismo celular e fundamentais em processos energéticos. "A carne de frango contribui para o funcionamento do estômago, fígado, intestino e pele", explica Paulo Melo, nutricionista da AmorSaúde, rede de clínicas parceira do Cartão de TODOS.

frutas secas - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

3. Frutas secas

As frutas secas também estão na lista dos alimentos que provocam reações alérgicas. Os sintomas variam de um prurido oral até casos graves.
Nesses casos, o ideal é excluir esses alimentos da dieta e optar por frutas in natura. As frutas frescas são fontes de nutrientes importantes como vitaminas, minerais e fibras, garantindo o bom funcionamento do organismo.

frutos do mar - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

4. Frutos do mar

Apesar de apreciados pelo sabor, os frutos do mar também ocasionam manifestações alérgicas graves, que, se não tratadas rapidamente, levam à morte. Entre esses alimentos, podemos citar camarão, caranguejo e lagosta, moluscos e ostras.

"Os crustáceos, por exemplo, possuem ômega 3, o que reduz inflamações e protege contra doenças cardiovasculares. Quando seu consumo não é possível, vale a pena investir em sementes de linhaça, chia e nozes, que atuam da mesma forma no organismo, controlam a glicemia e melhoram o funcionamento cerebral", indica Melo.

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Imagem: Getty Images

5. Cereais

Alimentos como cevada, centeio, aveia e trigo também causam alergias alimentares. Os sintomas surgem alguns minutos ou horas após o contato ou a ingestão do alimento, afetando a pele, o trato gastrointestinal e a respiração da pessoa.

"As pessoas alérgicas a cereais devem optar por usar amaranto, milho, quinoa e tapioca. São alimentos importantes por conter fibras, o que controla o colesterol e melhora o funcionamento do intestino", afirma Ribas Filho.

amendoim - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

6. Amendoim

A alergia ao amendoim também é bastante comum e, na maioria das vezes, causa reações severas logo após o consumo do alimento. Às vezes, o contato direto com a pele ou inalar substâncias derivadas do amendoim já acarretam sintomas alérgicos.

O ideal é substituir o amendoim por castanhas, amêndoas ou nozes. Esses alimentos possuem zinco, selênio e gorduras boas, que fortalecem a imunidade, ajudam no funcionamento da tireoide e regulam o colesterol. Consumir cerca de cinco oleaginosas por dia já é o suficiente para obter os benefícios.

ovo - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

7. Ovo

O ovo é um alimento bastante consumido em todo o mundo por ser versátil e nutritivo. Porém, provoca alergias alimentares que aparecem logo nos primeiros meses de vida e também na fase adulta, quando o sistema imune identifica as proteínas da clara como um corpo estranho, desencadeando uma reação alérgica.

Logo após o consumo, é comum que surjam reações cutâneas como erupções ou inchaços, além de dificuldade para respirar, espirros, olhos lacrimejantes, náuseas e vômitos. Para evitar que os sintomas se agravem, ocasionando repercussões respiratórias graves, é necessário excluir a ingestão de ovo e produtos à base do alimento.

"Frango e peixe são bons substitutos, pois são alimentos que, assim como os ovos, têm alta concentração de proteína. O nutriente ajuda a construir novos tecidos no organismo e contribui com o aumento de músculos. Na adolescência, a proteína é fundamental para o crescimento; já no envelhecimento ajuda a manter a massa muscular", completa Melo.

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Imagem: Getty Images/iStockphoto

8. Soja

Apesar de não ser frequentemente consumida em grãos, a soja está presente na composição de vários produtos alimentares e pode causar alergia. Geralmente, as reações alérgicas aparecem em bebês e crianças menores de três anos. Raramente, uma alergia à soja acarreta anafilaxia, mas aparecem sintomas leves como urticária ou inchaços.

Vale a pena substituir a soja por quinoa, por exemplo, que contém ferro, magnésio, cálcio, proteína e fibras. Além disso, grão-de-bico, lentilha e feijão possuem proteínas e mantêm o organismo funcionando adequadamente.

As alergias alimentares podem ser evitadas?

De acordo com os especialistas consultados por VivaBem, prevenir as alergias alimentares ainda é um desafio. Isso porque envolve fatores genéticos, ambientais e mais estudos sobre o assunto. "Até o momento, as medidas preventivas mais promissoras são: cuidado com a microbiota, parto vaginal, aleitamento materno até o sexto mês de vida e a oferta de alimentos potencialmente alergênicos logo na introdução alimentar", diz Motta.

Uma forma de evitar as reações alérgicas graves é se atentar para os sintomas logo após o consumo de algum alimento e buscar ajuda de um alergista. "Após o diagnóstico, independentemente do tipo de alergia alimentar, a leitura dos rótulos dos alimentos é importante para evitar o consumo desses componentes alérgicos", finaliza Araujo.