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Vecina crê em terceira onda da covid-19 com chegada da variante delta

Do VivaBem, em São Paulo

29/07/2021 08h45Atualizada em 30/07/2021 09h08

O médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Gonzalo Vecina Neto disse hoje, durante o UOL News, acreditar que haverá uma terceira onda da covid-19 com a chegada da variante delta ao Brasil.

Presente em mais de 100 países, incluindo o Brasil, a variante delta preocupa por ser mais transmissível do que as outras cepas do vírus da covid-19.

Vecina foi questionado sobre o anúncio feito ontem pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB), com a previsão de não ter mais restrição de funcionamento dos estabelecimentos partir do dia 17 de agosto, data na qual o governo pretende ter vacinado todos os adultos no estado.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, protocolos de segurança como distanciamento social, uso de máscara e medidas de higiene serão exigidos para conter a disseminação do novo coronavírus.

"Quando você enxerga um metro à frente, esse é o momento de abrir tudo, podia até ter jogo de futebol com plateia. Agora, se você tiver capacidade de enxergar dez metros à frente, você vai enxergar a variante delta chegando ao Brasil, e aí você tomará mais cuidado. Enquanto não soubermos o que a variante delta vai fazer aqui — e o que ela vai fazer aqui é o que ela fez em outros países — vai se tornar dominante e vai fazer o estrago que ela está fazendo na Holanda, na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos. Nós estamos olhando o Hemisfério Norte, estamos vendo o que está acontecendo com a variante delta lá. Não querer enxergar isso é olhar apenas para um conjunto de parâmetros, particularmente políticos", avaliou o médico.

Nós vamos ver quem ganha essa corrida, se a política ou o vírus através da variante delta. Não estou torcendo para o vírus, mas infelizmente acho que o vírus vai ganhar essa corrida. Em 17 de agosto vamos estar começando uma terceira onda com a delta aqui no Brasil Gonzalo Vecina

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, informou ontem que apesar de não ser uma variante prevalente, a cepa delta do novo coronavírus demanda atenção pela maior capacidade de infectividade.

Ao todo, foram identificadas 15 pessoas no estado portadoras da cepa delta: 13 na capital paulista e duas no interior, no Vale do Paraíba.

Segundo destacou, estas pessoas contraíram a doença por transmissão comunitária, uma vez que não viajaram ao exterior. Gorinchteyn reforçou, entretanto, que a cepa gama —identificada pela primeira vez em Manaus — é a mais prevalente no estado, e representa cerca de 96% dos casos positivados.