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Covid: Vacinação será anual e campanha começa em janeiro, diz secretário

Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

19/07/2021 09h30Atualizada em 21/07/2021 14h59

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que a vacinação contra covid-19 será anual e a nova campanha deverá ser iniciada já em janeiro de 2022.

Em coletiva no Instituto Butantan, Gorinchteyn afirmou que não se trata de uma dose de reforço, como tem sido especulado sobre a CoronaVac, mas uma campanha de imunização frequente, como a da gripe. O plano depende da articulação do Ministério da Saúde, que não respondeu ao VivaBem sobre a possibilidade.

Nós temos a questão relacionada à imunização anual, assim como fazemos com a gripe, para todos os brasileiros do estado de São Paulo. A nova fase da imunização para covid irá se iniciar dia 17 de janeiro do ano que vem.
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde

A data marca um ano do início da vacinação contra covid-19 neste ano, no Brasil. O secretário não deu mais detalhes sobre o planejamento para a nova campanha, mas disse já estar conversando com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) para organizar o calendário.

"Nós entendemos que, nessa articulação junto com o próprio Ministério da Saúde e o Conass, [eles] também terão esse entendimento, para que possamos expandir essa nova fase da vacinação não apenas para São Paulo, mas para todo o país", declarou Gorinchteyn.

A expectativa do governo paulista é que a campanha de vacinação, que neste ano deverá durar pelo menos oito meses, seja mais tranquila no ano que vem. Para isso, consideram um provável cenário de controle da pandemia, com toda a população adulta com o ciclo vacinal completo, além de mais disponibilidade e menos corrida por doses.

"Ainda são planos. Temos que ver como isso será articulado nacionalmente e em outros países. O mundo inteiro está se debruçando sobre isso. Mas, com mais vacinas disponíveis, acreditamos ser possível completar [a campanha vacinal] em poucos meses", afirma Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunização).

A campanha depende da articulação do Ministério da Saúde, responsável pela compra das doses por meio do PNI. O VivaBem procurou a pasta, que, mais tarde, respondeu que, "até o momento, não há evidência científica que confirme a necessidade de doses adicionais".

Mais 1 milhão de doses

O Butantan entregou hoje mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao PNI, em um total de 56,1 milhões de doses repassados à União desde janeiro. O instituto promete entregar as outras 44 milhões de doses que fecham o contrato de 100 milhões até 30 de agosto.

Hoje, os imunizantes aplicados no Brasil (CoronaVac, Janssen, Pfizer e AstraZeneca) têm o registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) — os dois primeiros, para uso emergencial.

No ano que vem, o governo paulista espera ter outras vacinas aprovadas para uso, entre elas a ButanVac, produzida pelo próprio Butantan, que iniciou os testes clínicos com humanos no início de julho.

Não é dose de reforço, diz Butantan

O governo paulista e o Instituto Butantan também seguiram descartando a possibilidade de uma terceira dose, chamada "dose de reforço", para a CoronaVac.

"Provavelmente nós teremos, sim, que vacinar anualmente. Mas, especificamente sobre a terceira dose, estamos preocupados, na verdade, em vacinar a população com as duas doses", declarou Rui Curi, diretor-presidente da Fundação Butantan.

"A CoronaVac é uma vacina que, nos estudos preliminares, mostrou proteção contra a variante Delta", completou Gorinchteyn, também descartando a dose de reforço.

Segundo Regiane de Paula, o início de uma nova campanha é um processo que ainda precisa ser avaliado, mas é provável que a vacina contra a covid funcione como a da gripe também neste sentido: com campanha frequente, as vacinas de Influenza são sempre reforçadas para abarcar as principais cepas de atenção em circulação no momento.

A Anvisa informou hoje que autorizou a realização de estudo clínico para aplicação de uma terceira dose da vacina AstraZeneca contra a covid-19 em voluntários que receberam as duas doses iniciais, com o intervalo de quatro semanas.