Topo

Apatia, palidez: veja 4 sintomas da falta de vitaminas e minerais no corpo

Cansaço e apatia são sintomas que indicam uma possível falta de vitaminas no corpo - iStock
Cansaço e apatia são sintomas que indicam uma possível falta de vitaminas no corpo Imagem: iStock

Marcia Di Domenico

Colaboração para VivaBem

09/07/2021 04h00

Se há um consenso entre especialistas a respeito do que é uma alimentação saudável é o de que quanto mais variada e colorida ela for, melhor. O que garante o bom funcionamento de todos os sistemas do nosso corpo é em grande parte a combinação dos diversos nutrientes presentes nos alimentos de origem animal e vegetal, e quando há desequilíbrio na oferta desse "combustível" que é a comida, o corpo pode sinalizar de diferentes formas.

"Cansaço e falta de energia, cabelos e unhas quebradiças e alterações na pele são alguns dos sinais mais comuns que resultam de uma dieta desequilibrada, ainda que nenhum nutriente possa, isoladamente, responder pelos sintomas. Garantir o consumo balanceado de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais), além de água, é o que contribui para a saúde geral e, ainda, a atividade do sistema imunológico, prevenindo assim o risco de adoecer", diz a nutricionista Carolina Abud Drumond Costa, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.

Seguir dietas restritivas ou excluir das refeições nutrientes e até grupos alimentares inteiros, como muita gente faz por conta própria, pode resultar em desequilíbrios nutricionais que acabam se refletindo na saúde e na aparência. O alto consumo de alimentos ultraprocessados, fabricados industrialmente e geralmente pobres em vitaminas, minerais e fibras, também eleva o risco de deficiências nutricionais.

Na maioria das vezes, a carência de nutrientes pode ser detectada por exames de laboratório e corrigida com ajustes na alimentação ou suplementação, o que deve ser feito sempre com orientação profissional. Confira as situações mais comuns:

apatia - iStock - iStock
Imagem: iStock

1. Apatia, palidez e falta de apetite

Podem sinalizar anemia, sendo que o tipo mais comum (cerca de 90% dos casos) é a anemia ferropriva, que ocorre pela deficiência de ferro, mineral presente na carne vermelha, em leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico) e nos vegetais folhosos verde-escuros (espinafre, agrião, couve, brócolis), além de rapadura, melado de cana-de-açúcar e alguns alimentos enriquecidos.

A falta do mineral no organismo leva à diminuição na quantidade de hemoglobina nos glóbulos vermelhos do sangue, que são responsáveis por transportar oxigênio para as células e tecidos do corpo.

Uma dica para melhorar a absorção do ferro dos alimentos é combiná-los com uma fonte de vitamina C na mesma refeição —limão para temperar a salada ou um copo de suco de laranja, por exemplo.

Outro tipo de anemia, a megaloblástica, é bem menos comum, apresenta sintomas semelhantes e está associada à carência de vitamina B12, existente em alimentos de origem animal como carnes, ovo, leite e seus derivados.

Mulheres em idade fértil que têm fluxo menstrual intenso podem apresentar anemia por causa da perda de sangue nesse período, o que não tem necessariamente a ver com deficiências nutricionais, mas pode ser amenizado pelo consumo de fontes de ferro.

queda de cabelo - iStock - iStock
Imagem: iStock

2. Queda de cabelo e unhas fracas

Descartadas causas ligadas ao estresse, além de cosméticos e procedimentos com aplicação de calor ou química nos fios e nas unhas, que podem danificar e enfraquecer essas estruturas, é possível que a explicação seja uma alimentação pobre em nutrientes, principalmente vitaminas e minerais.

Ferro, zinco, magnésio e vitaminas do complexo B (principalmente B5 e B7) ajudam no crescimento de fios fortes e na saúde do couro cabeludo. As vitaminas A e E são antioxidantes e protegem o cabelo de danos que podem favorecer a queda; a vitamina C, além de antioxidante, estimula a produção de colágeno, proteína fundamental para a formação do cabelo e da pele.

Entretanto, os especialistas explicam que não dá para isolar um ou outro nutriente como responsável por fios caindo além do normal ou unhas frágeis e com aspecto irregular, já que muitos influenciam a formação e o crescimento dessas partes. Ao notar que estão frágeis, o melhor é incluir na alimentação a maior diversidade possível de verduras, legumes e frutas, as melhores fontes de vitaminas e minerais.

fraqueza muscular - iStock - iStock
Imagem: iStock

3. Fraqueza muscular e formigamento nas extremidades

A vitamina B12 é fundamental para o desenvolvimento e o funcionamento do sistema nervoso. Ela participa da produção de mielina, membrana que protege os nervos e garante a condução dos impulsos elétricos. Por isso a falta dela pode desencadear sintomas como perda de reflexos, fraqueza muscular, formigamento nos pés e nas mãos e confusão mental, já que os neurônios podem ser afetados.

Como as principais fontes da vitamina são alimentos de origem animal, vegetarianos e veganos precisam buscar orientação com especialista no sentido de suplementar o nutriente, além de ficar sempre de olho nos níveis adequados por meio de exame de sangue.

hematoma - iStock - iStock
Imagem: iStock

4. Cicatrização lenta e hematomas recorrentes

Pode ser falta de vitamina C, que estimula a renovação dos tecidos, participa da formação do colágeno (um antioxidante importante para a integridade da pele) e garante o funcionamento normal dos vasos sanguíneos. Na falta dessa vitamina, encontrada nas frutas, verduras e legumes em geral, mas em boa quantidade nas frutas cítricas e em vegetais como tomate, brócolis e pimentão, a pele machucada pode demorar para se regenerar e manchas roxas podem surgir mais facilmente na superfície, por causa do rompimento dos vasos sanguíneos, fragilizados.

Outros sintomas da carência de vitamina C são fadiga e sensação de fraqueza anormais: como ela melhora o aproveitamento do ferro dos alimentos, mineral chave para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue, o consumo insuficiente pode contribuir para quadros de anemia.

Fontes: Adriana César da Silveira, nutricionista do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC (Universidade Federal do Ceará), que faz parte da Rede Ebserh; Carolina Abud Drumond Costa, nutricionista e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Mariana Doce Passadore, nutricionista e professora do Centro Universitário São Camilo.