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'Avanço da vacinação pode não conter colapso', diz pesquisador da Fiocruz

O infectologista e pesquisador da Fiocruz Júlio Croda - Erasmo Salomão/Ministério da Saúde
O infectologista e pesquisador da Fiocruz Júlio Croda Imagem: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde

Do UOL, em São Paulo

18/06/2021 20h07

O pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Júlio Croda acredita que o avanço da vacinação contra a covid-19 pode não ser suficiente para conter o colapso do sistema de saúde. Para ele, é necessário adotar medidas mais restritivas.

"De imediato, a gente já tem um colapso em diversos estados. Só o avanço dessa vacinação não será suficiente para conter esse colapso", disse Croda em entrevista à CNN Brasil.

Ele chamou atenção principalmente para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em função do inverno. "A gente sabe que existe uma circulação maior de vírus respiratório [no inverno] pelas pessoas ficarem mais aglomeradas e em ambientes não ventilados", explicou.

Croda defendeu a vacina como um instrumento importante para frear a pandemia do coronavírus — "cada vacina no Brasil é uma vida que pode ser preservada", disse —-, mas insistiu na adoção de outras medidas.

"Alguns estados deveriam adotar medidas mais restritivas. É o contato que favorece a transmissão. Se você tem um maior número de pessoas estabelecendo contato, maior o número de casos. É importante controlar esse tipo de contato para diminuir a transmissão", reforçou.

Além da possibilidade de aumento na transmissão, Júlio Croda explicou ainda que um dos motivos para acreditar que a vacinação possa não ser suficiente é o fato de que é preciso ter uma grande parcela da população imunizada para que ela faça efeito.

Lógico que o efeito dessa vacinação em massa vai demorar, precisamos estar com o esquema completo na população para termos o efeito da imunidade coletiva. Mas em termos de acelerar a aplicação na população, termos uma luz no fim do túnel".