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7 coisas para saber sobre a vacina da Janssen

Imagem: KAMIL KRZACZYNSKI / AFP

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo*

14/06/2021 12h19Atualizada em 14/06/2021 16h41

A expectativa do Brasil é de em breve receber o primeiro lote com pouco mais de três milhões de doses da vacina da Janssen contra a covid-19. A liberação foi feita após a farmacêutica Johnson & Johnson obter autorização do FDA, órgão regulador norte-americano.

Os imunizantes devem chegar perto do prazo de validade, estipulado inicialmente para até o dia 27 de junho. Mas, em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, observou que esse prazo foi prorrogado pela FDA para 8 de agosto. E a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também já aprovou a ampliação da validade aqui no Brasil.

A vacina da Janssen recebeu autorização de uso no país pela Anvisa no dia 31 de janeiro e foi comprada pelo Ministério da Saúde no mês de março. Antes da antecipação para o junho, o envio das vacinas estava previsto inicialmente para o último trimestre deste ano, a partir do mês de outubro.

Testada em milhares de pessoas (no Brasil, sete mil voluntários participaram do estudo), a vacina é mais uma aposta segura para a imunização da população contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Conheça algumas de suas principais características:

1. Tecnologia de "vetor viral não replicante"

A vacina da Janssen é baseada na tecnologia do vetor viral não replicante, semelhante à utilizada na vacina de Oxford/AstraZeneca. Ela usa um adenovírus (tipo de vírus que causa resfriado comum) que, modificados geneticamente, não se replicam e não causam resfriado.

Para produzir a vacina, um pedaço da proteína "S" do Sars-CoV-2, presente nas espículas responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano, é colocado dentro do adenovírus (que é o vetor, ou transportador, desse material genético).

Ao receber a vacina, o sistema imune detecta essa proteína e passa a criar formas de combater esse invasor, criando uma resposta protetora contra a infecção.

2. Dose única

A vacina da Janssen é a primeira aprovada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com o regime de imunização de apenas uma dose. De acordo com a entidade, "isso deve facilitar a logística de vacinação em todos os países".

Vale lembrar que, após a aplicação, o corpo precisa de cerca de 15 dias para produzir uma resposta imune adequada.

3. Eficácia robusta

Em janeiro deste ano, a Janssen anunciou que a eficácia global (casos leves a moderados) da vacina é de 66% —menor do que as taxas globais das vacinas de Oxford (70%) e Pfizer (acima de 95%) e maior do que a CoronaVac (50,38%).

Mas a resposta protetiva a casos graves (que provocam internações e podem levar à morte) foi maior: chegou a 85%. Os dados foram publicados em estudo na revista científica New England Journal of Medicine.

O imunizante, que foi testado também no Brasil durante a fase 3, mostrou-se efetivo também contra as variantes de Manaus (chamada também de variante brasileira), da África do Sul e do Reino Unido.

De acordo com a OMS, os dados informados pela farmacêutica permitem afirmar que a vacina funciona também em pessoas mais velhas.

4. Armazenamento em refrigeradores comuns

A OMS explica que a vacina da Janssen precisa ser armazenada a -20°C, o que pode ser "desafiador" em alguns países.

No entanto, novos dados permitiram afirmar que o imunizante também pode ser guardado por até três meses em refrigeradores comuns a temperaturas entre 2 e 8°C.

5. Efeitos colaterais comuns são considerados leves

De acordo com CDC (Centros de Controle de Doenças) americano, os principais efeitos colaterais após a aplicação da vacina surgem em até dois dias e podem incluir cansaço, dor de cabeça, dores musculares, calafrios, febre e náusea.

O braço que recebeu a aplicação da vacina também pode apresentar dor e vermelhidão, mas todas essas reações são consideradas normais.

6. Risco de coágulos existe, mas é extremamente raro

Em abril deste ano, o FDA e o CDC anunciaram uma pausa no uso da vacina da Janssen para investigar possíveis casos de coágulos provocados após o uso do imunizante. Todos os casos reportados aconteceram em mulheres entre 18 e 48 anos que apresentaram coágulos no cérebro e no abdome.

À época, a União Europeia e a África do Sul também optaram por pausar o uso do imunizante pelo mesmo motivo.

Considerados extremamente raros, os casos de trombose reportados se mostraram muito semelhantes aos que ocorreram com a vacina de Oxford/AstraZeneca, que usa uma tecnologia de vetor viral em sua formulação.

Mas, após revisão de dados, as agências optaram novamente por liberar o uso da vacina em pessoas acima dos 18 anos por considerarem que os benefícios do imunizante superam os riscos.

7. Não há estudos sobre uso em grávidas

Embora não existam estudos feitos com gestantes, o FDA afirma que não há contraindicação do uso da vacina em mulheres nessa condição.

No Brasil, não há ainda uma posição oficial sobre a orientação nesses casos. No entanto, a vacina de Oxford/AstraZeneca, que utiliza uma tecnologia semelhante a da Janssen, não é recomendada para esse público.

*Com informações da OMS, FDA e CDC americano.

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