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Estado de SP distribuirá vacinas Janssen e Pfizer para todos os municípios

Vacina Janssen  - KAMIL KRZACZYNSKI / AFP
Vacina Janssen Imagem: KAMIL KRZACZYNSKI / AFP

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

09/06/2021 20h09Atualizada em 10/06/2021 08h38

O estado de São Paulo vai distribuir a cota da vacina da Janssen a todos os seus municípios. As doses, que deverão desembarcar na semana que vem dos Estados Unidos, chegam com prazo de validade curto, até 27 de junho.

O UOL teve acesso a uma minuta bipartite assinada entre o governo do estado e os municípios que indica, além da Janssen, uma mudança com a distribuição da Pfizer. Até então, o estado seguia a recomendação do Ministério da Saúde e distribuía o imunizante apenas na capital devido às questões de armazenamento da vacina. Agora, começou um treinamento para repassar as orientações a todos os municípios.

No caso da Janssen, a estratégia paulista é diferente da pensada pelo Ministério da Saúde. A expectativa do governo é que os 3 milhões de doses antecipados cheguem ao país até a próxima terça-feira (15), data não confirmada ao UOL pela farmacêutica Johnson & Johnson, o que daria apenas 12 dias para a aplicação.

Com isso, a logística se torna o principal desafio para os estados. O governo federal pretende incentivar mutirões nas capitais para viabilizar as aplicações antes do vencimento.

Em São Paulo, no entanto, a gestão de João Doria (PSDB) pretende enviar as doses para todos os 645 municípios proporcionalmente, como o que é feito com os outros imunizantes. O estado deverá receber cerca de 645 mil doses do total de 3 milhões, devido a sua população.

"Os outros estados recebem contingente menor, pela população. Para nós, ficaria muito mais complicado concentrar 645 mil doses na capital", afirma Regiane de Paula, coordenadora do PEI-SP (Programa Estadual de Imunização de São Paulo).

"Por outro lado, nós temos a logística e a organização para distribuir essas doses por todo o estado com eficiência", completa a coordenadora.

É um acordo bipartite, assinado entre o governo estadual e os municípios, por meio do Cosems-SP (Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde de São Paulo). Cabe ao estado garantir a distribuição rápida aos municípios; às cidades, a aplicação no tempo adequado.

A vacina da Janssen recebeu autorização da Anvisa no dia 31 de janeiro e foi comprada pelo Ministério da Saúde em março. O imunizante tem como diferencial usar apenas uma dose, com eficácia global de 66,9%.

Ao todo, o país comprou 38 milhões de doses da vacina norte-americana, a serem entregues no terceiro trimestre. Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou o adiantamento desses 3 milhões de doses. O prazo curto de validade só foi revelado nesta semana.

"É um prazo mais curto. Isso foi pactuado com o Programa Nacional de Imunização, com Conselho Nacional de Secretários de Saúde [Conass] e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde [Conasems], e entendemos que temos que fazer uma estratégia para aplicar esses 3 milhões de doses num prazo muito rápido para não correr o risco de vencer vacinas", afirmou o ministro em seu depoimento na CPI da Covid na última terça-feira (8).

A chegada estava estimada inicialmente para esta semana, mas, como Queiroga disse à CPI, depende da liberação do FDA, órgão regulador norte-americano.

"Naturalmente que, se tardar o posicionamento do FDA, esses 3 milhões de doses podem não ser mais úteis para nós, por conta da exiguidade de prazo", afirmou o ministro.

Treinamento para a Pfizer

Agora, o estado também passará a distribuir pelas cidades as vacinas da Pfizer, que já circulam desde o final de abril, mas só na capital. A minuta fala em de "ciclos de capacitação" do estado para que os municípios entendam as condições técnicas da vacina.

"O manejo logístico do imunizante da Pfizer passou recentemente por alterações, de modo que neste momento o prazo de validade das vacinas armazenadas entre 2ºC e 8ºC passa a ser de até 31 dias a partir da abertura do frasco", diz a minuta.

Dentro da validade, são eficientes e seguras

Regiane de Paula afirmou ainda que, aplicadas dentro do prazo de validade, as doses da Janssen são eficientes e seguras e que as pessoas não devem ter receio de tomar por estarem próximas de vencer.

"[Dentro do prazo de validade,] têm a mesma segurança e eficácia. Isso não há risco nenhum. Por isso vamos garantir a aplicação. O que importa, agora, é ter vacina no braço", afirma a coordenadora do PEI-SP.