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Deborah Secco conta que teve hepatite viral; veja como doença é transmitida

Deborah Secco teve hepatite viral em 2020 - Imagem: Reprodução/Instagram@dedesecco
Deborah Secco teve hepatite viral em 2020 Imagem: Imagem: Reprodução/Instagram@dedesecco

Do VivaBem*, em São Paulo

22/05/2021 12h26

A atriz Deborah Secco contou que recebeu o diagnóstico de hepatite viral após se recuperar da covid-19 na metade de 2020. A revelação foi feita à coluna de Patricia Kogut, do jornal O Globo, deste sábado (22).

Ela contou que passou a cuidar mais da saúde dela e da alimentação. Já curada e saudável, o relato da atriz joga luz a uma doença que é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

Hepatite é o termo genérico que define uma infecção ou inflamação no fígado. Esse órgão é conhecido como o filtro do organismo. É ele o encarregado de processar alimentos, filtrar o sangue e combater infecções. O uso pesado de álcool, drogas, alguns tipos de medicamentos e até determinadas doenças podem afetá-lo.

Mas outra situação capaz de atrapalhar o funcionamento do fígado é a infecção por vírus — caso da atriz. Nessas situações, as hepatites são classificadas pelas letras do alfabeto: A, B, C, D e E. No Brasil, 70% das mortes por hepatites virais decorreram dos tipos mais comuns entre nós: a C, seguida pela B e a A.

Como as hepatites virais são transmitidas

Dependendo do tipo, os vírus que provocam hepatites podem ser transmitidos por relação sexual sem proteção, como nos casos da B e C, sangue, além de alimentos e água contaminados (A e E). Veja abaixo:

- Hepatites A e E São transmissíveis por meio do consumo de água e alimentos contaminados. Os médicos podem se referir a esse tipo de contaminação como transmissão oral-fecal.

- Hepatite B É considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). Logo, a infecção se dá, principalmente, por relações sexuais sem proteção. Contudo, pode haver contágio por via sanguínea —nesse caso, decorrerá, por exemplo, do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos cortantes ou que furem.

- Hepatite C Seu contágio é percutâneo, ou seja, sangue contaminando outro sangue. Estamos falando de todo utensílio que perfura a pele (alicates, instrumentos cirúrgicos, seringas, agulhas etc.). E até por relações sexuais sem proteção o vírus se espalha, basta que haja alguma lesão na mucosa local.

- Hepatite D ou Delta Requer sempre a companhia do vírus B para se multiplicar. Ele é mais comum na região amazônica ocidental. A transmissão se dá por via sanguínea e por relações sexuais sem proteção.

- Hepatite E Mais rara no Brasil. Como na hepatite A, a transmissão se dá na forma oral-fecal. Cuidados como consumir somente água tratada, bom cozimento dos alimentos, especialmente carne suína (o vírus pode afetar rebanhos suínos), ajudam na prevenção.

Nas hepatites B, C e D, a transmissão dos vírus pode se dar por meio da chamada transmissão vertical, isto é, ocorre durante a gravidez ou no parto.

Quais são os sintomas da doença

Segundo o Ministério da Saúde, na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, pode acontecer que, em uma infecção aguda, aquela que aparece de repente e dura apenas algumas semanas (de duas a seis semanas), ou até mesmo nas crônicas, quando a infecção já ocorreu há mais de seis meses, os seguintes sintomas se manifestem:

  • Febre
  • Cansaço
  • Perda do apetite (rejeitando carne vermelha, inclusive)
  • Náuseas
  • Vômito
  • Dor abdominal
  • Urina escura (colúria)
  • Fezes claras
  • Dor articular
  • Pele e olhos amarelos (Icterícia)
  • Tontura
  • Mal-estar
  • Rejeição ao cigarro, quando a pessoa é fumante.

Diagnóstico, tratamentos e vacinas

Seja na hepatite aguda, seja na crônica, o médico deve conversar com o paciente para investigar alguma pista de um possível contágio. Na hepatite aguda, em cerca de 30% dos pacientes os sintomas podem estar presentes. Neste caso, serão solicitados exames de sangue específicos para cada vírus (A, B ou C). Há também os testes rápidos (B ou C), disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde) para toda a população.

Também são investigadas as funções do fígado por meio de exames que mostram a presença de inflamação. Com esses dados em mãos, define-se o diagnóstico.

A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente, com antivirais disponíveis na rede pública. As hepatites B e D também possuem tratamento medicamentoso e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.

Já na hepatite A, o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.

Ainda que a hepatite B, por exemplo, não tenha cura, a vacina contra a doença é ofertada de maneira gratuita no SUS. Para crianças com idade a partir dos 12 anos, que não tiveram contato com o vírus da hepatite A, a vacina também está disponível. Já a hepatite C não dispõe de uma vacina que confira proteção.

* Com informações de reportagens publicadas nos dias 16/07/2019 e 21/09/2020.