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Vacinação: 7 coisas para observar na hora da aplicação

Veja o que observar para garantir uma imunização sem intercorrências - iStock
Veja o que observar para garantir uma imunização sem intercorrências Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

29/03/2021 16h18Atualizada em 10/08/2021 20h09

A chegada das vacinas contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil é motivo de alegria e esperança para todo mundo. Mas, para algumas pessoas, o momento da vacinação acabou se transformando em uma grande dor de cabeça.

Essas pessoas (geralmente, idosos) receberam o que ficou sendo chamado de "vacinas de vento"— quando o profissional de saúde fingia estar injetando a dose mas, na verdade, estava guardando o imunizante para ser usado em outra pessoa.

A situação acabou gerando questionamentos sobre o processo de vacinação no geral. Afinal, o que é preciso observar na hora da aplicação? Seja para a vacina contra a covid-19 ou para outros tipos, as recomendações são praticamente as mesmas. Tire suas dúvidas a seguir.

1. Observe a embalagem da vacina

Na hora da aplicação, procure na embalagens o nome da vacina e o laboratório. Tenha certeza que a vacina que será administrada é a que deve ser aplicada naquele momento. Qualquer dúvida com a nomenclatura deve ser esclarecida com o profissional de saúde.

2. Confira a validade

A embalagem da vacina deve ter ainda o lote, a data de fabricação e a validade. Procure por essas informações para ter certeza de que o imunizante ainda pode ser aplicado.

3. Observe o armazenamento

As vacinas precisam ser guardadas em refrigeradores entre 2°C e 8°C para que o imunizante continue viável. Mesmo os frascos feitos para múltiplas doses (quando um vidro dá para mais de uma aplicação) devem ser guardados a essa temperatura após abertos.

Quando a vacinação é realizada em salas (de clínicas privadas ou em Unidas Básicas de Saúde, por exemplo), isso costuma ser feito em geladeiras específicas para esse fim. Os refrigeradores também costumam ter uma ficha de controle da temperatura exposta na porta.

No caso da vacinação drive-thru ou em locais provisórios, costuma-se usar caixas térmicas em pontos de apoio para manter as doses refrigeradas.

Nas duas situações, a vacina deve ser retirada desse local apenas na hora da administração. Se o frasco estiver no balcão ou você perceba que não corretamente refrigerado, questione e peça a troca.

4. O material deve ser descartável

Seringa e agulha devem ser abertos na hora da aplicação, de preferência na frente do paciente— garantindo que veja o processo de abertura da embalagem. O profissional da saúde pode ou não estar usando luvas descartáveis, mas é fundamental que esteja de máscara e possua identificação.

5. Atenção à preparação

Embora não seja uma boa prática, é comum que, durante grandes campanhas de vacinação, as doses sejam preparadas antecipadamente nas seringas. O correto é que a dose seja preparada na hora da administração, de preferência na frente do paciente para que ele possa acompanhar todo o processo.

Importante: em alguns casos da "vacina de vento", as seringas não eram preenchidas com o líquido. Por isso, vale a pena certificar-se de que ela foi corretamente preparada.

Caso o frasco já esteja aberto, o profissional responsável deve higienizar o vidro com álcool antes de preparar a próxima aplicação.

6. Acompanhe a aplicação

O local da aplicação (braço, perna ou glúteo) só deve ser higienizado com álcool (ou água e sabão) quando a pele estiver com alguma sujeira muito perceptível. Observe ainda se a agulha entra na pele e se o profissional de saúde pressiona o êmbolo de maneira correta. A aplicação pode não causar dor, mas é importante sentir que o líquido está penetrando sob a pele.

Em alguns casos, o encaixe entre seringa e agulha tem apresentado problemas e o líquido pode vazar ou escorrer na hora da aplicação. Algumas gotas para fora não comprometem a imunização; mas, se o líquido escorrer em grande quantidade, a pessoa deve repetir a aplicação na mesma ocasião.

7. Peça para ver a seringa depois

Uma forma de garantir que vacina tenha sido aplicada corretamente é pedir para ver a seringa utilizada imediatamente após a administração do imunizante. Não é prática comum descartar a seringa jogando longe ou impedindo essa checagem por parte do paciente.

Idosos: um caso especial

Se a pessoa a ser vacinada contra o coronavírus for um idoso, vale a pena acompanhá-lo até o centro de vacinação e certificar-se de que todos os passos estão sendo feitos de forma correta.

Há ainda a possibilidade de filmar a aplicação para garantir que ela seja da forma correta. Nesse caso, é importante respeitar o profissional de saúde, que pode negar-se a aparecer nas imagens, mas não pode impedir que sejam feitas.

Se houver alguma irregularidade, ela deve ser apontada imediatamente e a imunização, feita novamente na mesma ocasião.

Fontes: Elisa Miranda Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos; Mayra Moura, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações); Valquiria Andrade Guerra, enfermeira de UTI da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Rosana Richtmann, coordenadora de infectologia do Grupo Santa Joana.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, o local da aplicação só deve ser higienizado com álcool quando a pele estiver com alguma sujeira muito perceptível, e não sempre. A informação foi corrigida.