Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Mariana Ximenes revela que congelou óvulos; entenda o procedimento

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

20/03/2021 12h44

Em conversa com o GShow, Mariana Ximenes revelou que congelou óvulos e que pretende ser mãe "em algum momento". A atriz, que completa 40 anos em breve, acredita que a mulher tenha liberdade para escolher quando e se quer ser mãe.

"Acho que é uma entrega muito grande e imagino que seja uma experiência maravilhosa", afirmou. "Tenho vontade de realizar esse sonho."

O congelamento de óvulos permite que mulheres tenham um estoque de células reprodutoras de boa qualidade e em quantidade ideal para tentar uma fertilização no momento em desejarem ter filhos. De acordo com especialistas, a técnica vem sendo cada vez mais procurada justamente por permitir que a mulher planeje sua vida e tenha filhos mais tarde (se assim desejar).

Hitomi Nakagawa, presidente da SBRA, (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida), afirma que as duas principais causas para a mulher postergar a gravidez hoje são a busca por estabilidade profissional e ausência de parceiro fixo.

No entanto, é importante que a coleta desses óvulos seja feita até os 35 anos de idade; após esse período, há uma queda natural da fertilidade, da qualidade e da quantidade de óvulos. "A partir dessa idade, notamos uma piora acentuada na qualidade dessas células, o que pode aumentar as chances de síndromes cromossômicas no bebê e abortos espontâneos", explica Thais Domingues, médica especialista em reprodução assistida da clínica Huntington Medicina Reprodutiva, em São Paulo.

Enquanto as chances de efetividade de uma fertilização com óvulos de uma mulher de 35 anos chegam a 60%, elas caem para menos de 10% após os 40 anos. O congelamento de óvulos também é recomendado para mulheres diagnosticadas com alguns tipos de câncer, antes de submeterem às sessões de quimio e radioterapia, procedimentos que acabam afetando a fertilidade.

Como funciona

O processo se assemelha a uma fertilização in vitro. Na primeira consulta, o especialista deve solicitar uma série de exames, que vão desde os de rotina ginecológica, para detectar hepatite, HIV e outras viroses, até os específicos, que medem a quantidade e qualidade dos óvulos.

O próximo passo é a estimulação hormonal da ovulação, feita por meio da aplicação de injeções subcutâneas por cerca de dez dias. "Nesse período, a mulher precisa realizar ultrassons todos os dias para verificar o crescimento dos folículos nos ovários", explica a médica Claudia Padilla, médica especialista em reprodução humana e diretora médica do grupo Huntington. Por conta dos hormônios, é comum que as mulheres sintam sintomas de uma tensão pré-menstrual mais forte, como inchaço e mudanças de humor. "Mas não engorda", diz Padilla.

Em seguida, aplica-se uma última injeção, que induz o amadurecimento dos óvulos. Dois dias depois, é realizada a coleta do material, o que é feito na clínica com a mulher sedada. Em geral, é preciso realizar o processo por no mínimo dois ciclos, para atingir o número ideal de óvulos, de dez a 20.

Esse material pode ficar guardado no laboratório por tempo indeterminado, até que a mulher decida engravidar. Quando isso acontece, os óvulos são descongelados e é realizada a fertilização. Vale lembrar que mesmo fazendo o procedimento, não é garantia que a técnica dê certo.

* com informações de reportagens publicadas em 16/07/2020 e 25/08/2020.