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Metade dos sobreviventes da covid-19 relata depressão, mostra estudo

A depressão também pode ser provocada por perdas, estresse e até problemas neurológicos - Getty Images / BBC News Brasil
A depressão também pode ser provocada por perdas, estresse e até problemas neurológicos Imagem: Getty Images / BBC News Brasil

Do VivaBem, em São Paulo

18/03/2021 15h55

Uma nova pesquisa mostra que mais da metade das pessoas infectadas pelo coronavírus relataram depressão, segundo um estudo publicado no periódico JAMA no dia 12 de março deste ano.

O artigo, entretanto, ainda não conseguiu provar causa e efeito. "Essa observação reforça a importância de compreender se isso é um efeito da covid-19 ou simplesmente o estresse em lidar com a pandemia, além de um quadro agudo da doença", explicou o autor principal do estudo e professor de psiquiatria, Roy Perlis.

Segundo ele, a combinação de estresse crônico durante a pandemia e interrupção da socialização entre as pessoas já é uma receita para depressão e ansiedade.

Como o estudo foi feito e quais os resultados

Os pesquisadores analisaram 3.900 pessoas infectadas pela doença entre maio de 2020 e janeiro de 2021, nos EUA, e reuniram os seguintes resultados:

  • 52% dos participantes (2.046) preencheram os critérios que caracterizam a depressão;
  • Os participantes com depressão eram mais propensos a serem jovens, do sexo masculino e terem tido quadro grave de covid;
  • Eles também encontraram uma ligação entre as dores de cabeça durante a doença e um maior risco de depressão, mas é possível que as pessoas com depressão tenham maior probabilidade de dizer que tiveram dores de cabeça quando estavam doentes.

O estudo não conseguiu provar causa e efeito. É possível que aqueles que disseram estar sofrendo de depressão tivessem seus sintomas antes de terem covid, ou que demorassem mais para se recuperar da depressão após ficarem doentes ou estivessem em maior risco para a covid-19 em primeiro lugar.

Por que este estudo é importante?

Os resultados são considerados relevantes pelos autores já que os especialistas ainda tentam entender os efeitos psiquiátricos e neurológicos da covid-19 no corpo das pessoas.

Além disso, é uma forma de encorajar que a população busque atendimento caso apresente sintomas da depressão — da mesma forma que líderes mundiais incentivam a vacinação.

"A depressão é uma doença muito tratável. Como as taxas de depressão são altas é especialmente importante garantir que as pessoas tenham acesso aos cuidados", disse Perlis.