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Células T sustentam imunidade contra variantes do coronavírus, diz estudo

Células T têm atuação mais ampla e conseguiriam combater até as variantes do novo coronavírus Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

05/03/2021 09h57

Desde o início da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), um dos assuntos mais levantados é do papel que os anticorpos do nosso organismo desempenham no combate ao patógeno.

Hoje, no entanto, sabe-se que, além da resposta mediada por essas moléculas de defesa (chamada de imunidade humoral), a imunidade celular (envolvendo um tipo de glóbulo branco chamado de linfócito T) também desempenha um papel importante na defesa do corpo.

A questão ainda é por quanto tempo ela duraria e, uma vez adquirida, se ela permaneceria eficaz mesmo diante das variantes do vírus.

Embora pequeno, um novo estudo da Universidade de San Diego, nos EUA, em parceria com pesquisadores italianos, pode indicar boas notícias a respeito disso.

De acordo com a pesquisa, que ainda precisa ser revisada por especialistas independentes, a imunidade celular adquirida tanto após a infecção pelo vírus como por meio das vacinas da Pfizer e Moderna não teve alterações significativas diante das novas cepas do microrganismo.

"As informações apresentadas sugerem que a resposta das células T não é afetada pelas variantes", diz o estudo.

No entanto, as células T não seriam capazes de impedir a infecção provocada pelo vírus, mas podem evitar que a pessoa desenvolva a forma mais grave da doença.

Como o estudo foi feito?

Os pesquisadores testaram o que aconteceria se misturassem amostras do vírus com o sangue de dois grupos: um de indivíduos que se recuperaram da covid-19 e outro com pessoas imunizadas com as da Pfizer ou da Moderna.

A análise envolveu a observação detalhada de dois tipos de células T: a CD4 (que identifica uma ameaça e alerta as defesas do corpo) e a CD8 (responsáveis por destruir as células infectadas).

O resultado foi que as células T continuaram trabalhando bem ao serem expostas a quatro cepas: além da original chinesa, as chamadas B.1.1.7, B.1.351, P.1 and CAL.20C— encontradas, respectivamente, no Reino Unido, na África do Sul, no Brasil e na Califórnia.

Por que isso é importante?

Embora positivo, vale ressaltar que o estudo ainda precisa ser revisado e que as amostras utilizadas foram pequenas— ou seja, mais análises precisam ser feitas para termos informações mais precisas.

Mas a nova análise apresenta evidências de que as vacinas analisadas, além de seguras, continuam funcionando mesmo diante das mutações do patógeno.

Até então, o que sabíamos era que os anticorpos produzidos após a vacinação tinham ação reduzida frente às novas cepas do vírus.

Os especialistas acreditam que isso acontece pois essas células atacam quando reconhecem proteínas específicas nos microrganismos invasores— diferentemente das células T, que têm uma ação mais genérica e ampla.

Isso significaria que o coronavírus precisa passar por uma mutação importante para se tornar desconhecido pelo sistema de imunidade celular, o que ainda não aconteceu.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A versão inicial desse texto descrevia os anticorpos como células de defesa, mas na verdade são moléculas. A informação foi corrigida.

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