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Covid-19: estudo mostra que mais de 50% da transmissão em navio foi pelo ar

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

03/03/2021 16h02

No Japão, o cruzeiro Diamond Princess, com 3.711 pessoas a bordo, precisou passar um mês em quarentena após descobrirem que 648 dos passageiros estavam com covid-19.

Um no estudo publicado na revista PNAS, a revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, mostrou que a transmissão aérea provavelmente foi responsável por mais de 50% das infecções pelo Sars-CoV-2 — o que inclui inalação de aerossóis durante o contato próximo ou por longo alcance, como geralmente acontece quando as pessoas espirram ou tossem.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pela análise, essas descobertas ressaltam a importância da implementação de medidas de saúde pública que visem o controle da inalação de aerossóis não apenas em cruzeiro, mas também em outros ambientes internos.

Os cientistas reforçam que compreender a importância de cada via de transmissão para covid-19 é fundamental para informar as diretrizes de saúde pública para gerenciar eficazmente a propagação da doença.

Embora as informações e orientações sobre as prováveis vias de transmissão da síndrome respiratória aguda grave coronavírus continuem a evoluir, as informações quantitativas sobre a importância relativa das vias de transmissão específicas ainda são limitadas.

Como a transmissão acontece

Imagine que você entre em um lugar fechado, como um restaurante, e para beber, comer ou conversar, tire a máscara. "Se a pessoa estiver a menos de um ou dois metros e tossir ou até falar mais alto, ela vai emitir gotículas que podem viajar por uma distância até maior que um metro, e se estiver infectada com o Sars-CoV-2, pode facilmente passar para a sua companhia", exemplifica Álvaro Costa, infectologista do HC-SP (Hospital das Clínicas de São Paulo).*

posição atual da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que o vírus é transmitido principalmente através de gotículas respiratórias.

Conforme mostra o vídeo explicativo produzido pela Aalto University, em Espoo, na Finlândia, as gotículas maiores que saem da boca ou do nariz quando falamos, tossimos ou espirramos acabam caindo (podendo, então, deixar as superfícies contaminadas). Já as menores têm a capacidade de ficar no ar por minutos ou até horas.

Apesar disso, alguns órgãos de saúde pública internacionais ainda enfatizam que as superfícies representam uma ameaça e devem ser desinfetadas com frequência —ser infectado pelo vírus em superfícies parece ser raro, todavia possível. O resultado é uma mensagem pública confusa quando uma orientação clara é necessária sobre como priorizar os esforços para evitar a propagação do vírus: máscara e distanciamento são os principais.

Com informações da reportagem escrita por Giulia Granchi e Luiza Vidal, publicada em 15/02/2021