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Jogador raspa cabeça para apoiar filho com alopecia; entenda condição

O jogador Allan Marques raspou a cabeça em apoio ao filho que possui alopecia - Reprodução/Instagram/Thais Valentim
O jogador Allan Marques raspou a cabeça em apoio ao filho que possui alopecia Imagem: Reprodução/Instagram/Thais Valentim

Bruna Alves

Do VivaBem, em São Paulo

02/02/2021 17h00Atualizada em 02/02/2021 18h52

O jogador Allan Marques, do Everton, raspou a cabeça para apoiar o filho diagnosticado com alopecia. No Instagram, sua esposa, Thaís Valentim, compartilhou a foto com seus seguidores e disse que eles descobriram a doença há algum tempo. "Quando nosso Miguel tinha 4 anos, ele foi diagnosticado com alopecia, uma doença autoimune em que o próprio corpo ataca o folículo capilar. É sério? É grave? Ele faz tratamento? Tem problemas? Não. O único grande problema da alopecia é estético", disse.

Ela também afirmou que fez o post para preservar o filho, que é saudável e raramente precisa tomar remédio. "É genético? É emocional? Também não sabemos. Ele é uma criança feliz, está sempre rindo! De bem com a vida! O solzinho da nossa casa. Leva tudo numa boa e as vezes tira sarro de si mesmo. Mas às vezes acaba se entristecendo com os questionamentos e olhares. E não quero mais vê-lo assim", desabafou.

As causas

A alopecia, ou apenas queda de cabelo, pode estar relacionada à saúde física e mental. Diariamente é comum perdermos entre 100 e 150 fios de cabelo. Isso acontece porque o couro cabeludo se alterna constantemente entre três fases: anágena (crescimento dos fios), catágena (pausa) e telógena (queda).

Quando o volume da perda ultrapassa esse limite, é sinal de que algo pode estar errado com a saúde capilar. As principais causas para as quedas de cabelo são genética, nutricional, emocional, hormonal e por fatores externos. Veja as mais comuns:

Calvície - Istock - Istock
Calvície
Imagem: Istock

Alopecia androgenética: também chamada de calvície. É a causa mais comum. Ela afeta tanto homens como mulheres, embora seja mais comum nos homens acima dos 50 anos —devido, principalmente, a ação do hormônio DHT (di-hidrotestosterona), que afina os fios capilares progressivamente até começar a cair. Depois de alguns anos, a calvície já pode ser notada facilmente e os fios perdidos não nascem novamente.

A mulher também produz a di-hidrotestosterona, entretanto, os hormônios femininos —estrógeno e progesterona—, protegem os folículos da ação da DHT, por isso vemos mais homens calvos do que mulheres. As entradas frontais e a parte alta atrás da cabeça são as áreas onde os homens mais perdem cabelo. Nas mulheres, o cabelo vai ficando ralo principalmente no topo da cabeça, mas é comum uma perda difusa, que deixa todo o couro cabeludo mais aparente.

Alopecia areata - iStock - iStock
Alopecia areata
Imagem: iStock

Alopecia areata: é uma doença inflamatória, mais comum entre 20 e 50 anos de idade, entre homens e mulheres. Ela se caracteriza por falhas, geralmente arredondadas, tanto no couro cabeludo, como na barba, ou até no corpo inteiro, neste caso —denominada alopecia areata universal, em que a pessoa pode ficar sem sobrancelhas, cabelo e pelos no corpo inteiro. Ela é, basicamente, um defeito imunológico, mas também pode estar associada a questões genéticas.

Esse tipo de alopecia é muito rápida — de um dia para o outro a pessoa pode ver uma enorme falha de cabelo. Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro. O cabelo pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isso ocorre porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação.

Alopecia por tração: esse tipo de alopecia se caracteriza pela perda dos fios em decorrência de alguma tração. Na maioria das vezes, acontece pelo uso constante de penteados, tranças, aplique e também pelo hábito de arrancar mechas por problemas emocionais, causados pelo estresse. Caso o problema não seja tratado a tempo, o bulbo capilar pode sofrer um dano permanente fazendo com que os folículos cicatrizem. Com isso, a área não se recupera e os fios não voltam a crescer.

É importante ressaltar que muitos medicamentos têm efeitos colaterais e podem contribuir para a perda dos fios, tais como antidepressivos, anticoagulantes, inibidores de apetite, anabolizantes, isotretinoina, anticonvulsivantes, anabolizantes, anti-inflamatórios, entre outros. A gravidade da queda nesse caso depende da dose e do tipo de medicamento, bem como da sensibilidade de cada um.

*Com informações da reportagem publicada em 10/06/2020.