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Farmacêutica vai pedir autorização para fase 3 de vacina indiana, diz TV

Estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que imunizante gerou resposta imunológica aprimorada contra a covid-19 - Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo
Estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que imunizante gerou resposta imunológica aprimorada contra a covid-19 Imagem: Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

01/02/2021 18h46

A Precisa Medicamentos, que desenvolve a vacina Covaxin, contra covid-19, e representa a farmacêutica indiana Bharat Biotch no Brasil, informou hoje que vai pedir autorização à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes clínicos de fase 3 no país. A informação é da TV Globo.

O acordo de fornecimento para a Precisa Medicamentos foi feito em meados de janeiro e, segundo a farmacêutica indiana, em caso de uma aprovação futura, a prioridade será dada ao setor público, por meio de acordo com o governo brasileiro.

A Covaxin passa pela fase 3 de testes clínicos na Índia desde novembro, com cerca de 26 mil voluntários, e é aplicada em duas doses. A vacina, que já recebeu autorização para uso emergencial na Índia, usa a tecnologia de vírus inativado.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que o imunizante já teve resultados seguros dentro do esperado na fase 1 de testes e gerou resposta imunológica aprimorada contra a covid-19.

Os mesmos resultados foram publicados anteriormente no servidor de pré-impressão medRxiv em dezembro, mas ainda não tinham passado pela avaliação de pares para a chancela daquela que é considerada a maior referência em publicações científicas do mundo, a Lancet. Ainda não há dados sobre eficácia (capacidade de prevenir a doença) da vacina.

Segundo o estudo, a vacina foi bem tolerada em todos os grupos de dosagem sem eventos adversos graves. Os autores relataram eventos adversos leves e moderados, mais frequentes após a primeira dose, destacando que um grave não estava relacionado à vacina.
O evento adverso mais comum foi dor no local da injeção, seguida por dor de cabeça, fadiga e febre.

Acordo com o Brasil

A companhia disse que o fornecimento a clínicas privadas de vacinação no Brasil pode ocorrer após aprovação do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

No início de janeiro, a ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas) enviou uma delegação à Índia para negociar a possível compra de doses da Covaxin para serem comercializadas por clínicas privadas.

Em uma transmissão em uma rede social, também na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não vai "criar problema" para clínicas privadas comprarem doses de vacinas contra a Covid-19.

O UOL entrou em contato com a Precisa Medicamentos, mas ainda não teve retorno.

*Com informações da Reuters