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Vacina de Oxford é segura para idosos, garante Fiocruz

24.jan.2021 - Frascos da da vacina da Oxford/AstraZeneca recebidas pelo governo do RS - Governo do Rio Grande do Sul/Divulgação
24.jan.2021 - Frascos da da vacina da Oxford/AstraZeneca recebidas pelo governo do RS Imagem: Governo do Rio Grande do Sul/Divulgação

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

29/01/2021 11h11

Depois de o MPF (Ministério Público Federal) pedir à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) informações sobre a eficácia em idosos da vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, a fundação informou ontem que evidências confirmam a segurança e a produção de anticorpos do imunizante em pessoas da terceira idade.

Segundo o fabricante, a vacina é indicada para todas as pessoas com 18 anos ou mais, sem limite superior de idade, com estudo da fase três publicado na revista The Lancet em novembro de 2020. À época, idosos com mais de 65 anos representavam 8% dos voluntários.

Nos estudos de fase dois, a Fiocruz informou que o grupo com mais de 65 anos teve fortes respostas imunológicas à vacina: 100% adquiriu anticorpos específicos após a segunda dose.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou o uso emergencial da vacina para quem tem mais de 18 anos, sem limite de idade, mas exigiu que dados adicionais fossem fornecidos, já que o número de idosos que fizeram parte dos estudos é muito baixo.

Apesar de terem sido entregues, os estudos de fase três continuam. Assim, mais voluntários nessa faixa etária e dados complementares devem estar disponíveis em breve, com uma estimativa de eficácia para o subgrupo com mais de 65 anos.

Liberada pela UE

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) recomendou hoje a autorização para uso da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e da Universidade de Oxford em adultos com mais de 18 anos.

Se a orientação for acatada pela Comissão Europeia, o imunizante será o terceiro liberado no bloco, após a distribuição das fórmulas da Moderna e da Pfizer com BioNTech.

Segundo o regulador, o produto demonstrou eficácia de cerca de 60% nos testes clínicos e deve ser aplicado por meio de duas doses, com intervalo entre quatro e 12 semanas.

Os números se referem a pessoas entre 18 e 55 anos, mas a EMA decidiu liberar o uso para adultos mais velhos, porque a "proteção é esperada, visto que uma resposta imune é observada nesta faixa etária e com base na experiência com outras vacinas".

O comitê de vacinas da Alemanha fez ontem uma atualização da recomendação em relação ao produto desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, informando que o imunizante contra covid-19 deve ser administrado apenas a pessoas com menos de 65 anos.

Para justificar a nova recomendação, os especialistas citaram a falta de dados suficientes em relação a grupos de idade mais avançada.

A União Europeia está envolvida em uma disputa com a AstraZeneca desde que a empresa disse na semana passada que reduziria o suprimento no primeiro trimestre devido a problemas de produção em sua fábrica belga.