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Na introdução alimentar, meu bebê só quer tomar leite de vaca; faz mal?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

29/12/2020 04h00

Resumo da notícia

  • O certo é que a partir do sexto mês de idade a criança passe a ter contato com outros alimentos
  • O leite deve ser introduzido apenas três vezes ao dia; até os dois anos de idade, o ideal é o materno ou aquele vindo a partir de fórmulas infantis
  • Isso porque o leite de vaca apresenta maior concentração de proteína, o que pode causar obesidade infantil

Não é saudável. O correto é que a partir do sexto mês de idade o bebê comece o processo de introdução alimentar e passe a ter apenas três alimentações lácteas por dia. O ideal é que as mamadas ocorram em horários que sejam distantes do almoço e jantar (algo em torno de duas horas antes das refeições principais). Uma boa estratégia é dar a mamadeira ao acordar, no meio da tarde e antes de dormir, por exemplo.

Além disso, o correto seria continuar com o leite materno ou partir para a fórmula infantil pelo menos até a criança fazer dois anos de idade. Isso porque o leite de vaca possui maior concentração de proteína, o que pode levar, no futuro, ao desenvolvimento de obesidade infantil.

De acordo com os pediatras, a dificuldade em introduzir os alimentos é bastante comum entre os pais. Isso ocorre porque a partir de um ano de idade é iniciado o processo de andar e a criança tem a sensação de que não necessita de mais ninguém e que pode tudo. O pequeno tem vontade de explorar a casa e ao redor, então, na visão da criança, ter que parar para sentar e comer é uma perda de tempo irrecuperável. Por esta razão o leite é mais bem aceito, já que é rápido e ainda pode ser tomado enquanto está se locomovendo.

Outro ponto de bastante atenção que pode levar a essa dificuldade na introdução alimentar é a falta de rotina. É necessário manter horários determinados para cada refeição do pequeno. Além disso, se a criança não quiser comer no almoço ou jantar, é importante não substituir o alimento pela mamadeira —sempre que ela se deparar com algo diferente para consumir, irá recusar, sabendo que terá o leite como recompensa.

Também é necessário escolher um ambiente tranquilo para que a refeição seja um momento prazeroso; evitar distrações como tablets, TV e celulares; não oferecer líquidos durante o almoço e jantar; ofertar alimentos de todos os grupos, como frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas, proteínas em cortes e cocções diferentes. Quando houver recusa de determinado alimento, a estratégia é oferecer várias vezes, mas em consistência e apresentações diferentes.

Fontes: Eduardo Gubert, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR); Fernanda Rabelo, supervisora do Serviço de Nutrição e Dietética do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo (SP); Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo (SP); Maria Aparecida Gomes, coordenadora de nutrição da Clínica Sodexo, em São Paulo (SP).

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