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Estudo: mais RNA no sangue pode estar relacionado a covid-19 grave

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

18/12/2020 12h25

Um simples exame de sangue poderia prever a gravidade da covid-19. É o que aponta uma pesquisa divulgada na revista científica Critical Care.

Cientistas avaliaram a quantidade de RNA, material genético do vírus, no plasma sanguíneo dos participantes do estudo e concluíram que 78% dos pacientes com casos graves de covid-19 tinham maiores quantidades de RNA do que os com sintomas leves.

Como o estudo foi feito

  • 250 pacientes com covid-19 tiveram o plasma sanguíneo testado na Espanha para checar a presença de RNA;
  • 30 hospitais estiveram envolvidos na avaliação das cargas virais no plasma de três grupos de pacientes com vários graus de doença;
  • Os participantes foram avaliados durante a primeira onda pandemia na Espanha, no período de 16 de março a 15 de abril;
  • Aqueles que morreram tinham maiores concentrações de RNA em seu plasma;
  • Os pesquisadores concluíram que a presença do RNA no sangue de um paciente está ligada a casos mais graves de covid-19 (78%);
  • A presença do RNA também apontou uma resposta imune ineficiente do organismo. Dessa forma, pacientes graves seriam incapazes de evitar a infecção por covid-19, em parte devido aos níveis elevados de certas proteínas;
  • Os pacientes que necessitaram de hospitalização eram mais velhos do que aqueles que receberam alta hospitalar. Além disso, a doença grave se manifestava mais em homens.
  • Outras condições de saúde como obesidade, hipertensão e diabetes também foram encontradas em pacientes que precisaram de hospitalização.

Por que a pesquisa é importante?

Os pesquisadores acreditam que saber a quantidade de RNA no sangue dos pacientes ajuda a prever a gravidade da doença. Também pode levar a novos tratamentos para a covid-19, como o uso de coquetéis de anticorpos.

Além disso, ajuda a identificar rapidamente os pacientes que precisam de cuidados imediatos e intensivos e definir quem pode ser liberado para se isolar em casa. Assim, os hospitais e salas de emergências não ficariam lotados.

"Agora temos um indicador extremamente confiável para identificar pacientes graves com covid-19 que requerem cuidados intensivos e devem ser internados na UTI, o que ajudará os médicos da unidade de terapia intensiva a priorizar os pacientes mais graves", afirma David Kelvin, um dos pesquisadores do estudo.

Em breve, os pesquisadores querem desenvolver um teste rápido que pode identificar em 15 minutos se a pessoa infectada possui o RNA e quais cuidados serão necessários de acordo com essa informação.