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Estudo mostra proteína essencial para reprodução de covid-19 nas células

Descoberta de proteína pode auxiliar com o desenvolvimento de tratamentos - iStock
Descoberta de proteína pode auxiliar com o desenvolvimento de tratamentos Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

10/12/2020 17h57

Uma proteína necessária para o novo coronavírus se reproduzir e se espalhar para outras células foi identificada por pesquisadores dos EUA, de acordo com dois estudos publicados no periódico Cells nos dias 8 e 9 de dezembro. Agora, a descoberta pode ajudar com o desenvolvimento de tratamentos futuros contra covid-19.

De acordo com o estudo, a molécula, conhecida como proteína TMEM41B (transmembrana 41 B), ajuda a moldar a membrana externa, gordurosa, que protege o material genético do vírus, enquanto ele se replica dentro de uma célula já infectada. Isso revela que a proteína TMEM41B é essencial para a replicação do SARS-CoV-2.

"Juntos, nossos estudos representam a primeira evidência da proteína 41 B transmembrana como um fator crítico para a infecção por flavivírus e, notavelmente, para coronavírus, como SARS-CoV-2", disse um dos autores John T. Poirier.

Como o estudo foi feito

Em vários experimentos, os pesquisadores compararam como o coronavírus se reproduz em células infectadas com flavivírus mortais, incluindo os responsáveis pela febre amarela, Nilo Ocidental e Zika.

Eles também compararam como a covid-19 se reproduz em células infectadas com três outros coronavírus sazonais, conhecidos por causar o resfriado comum.

Para os estudos, os pesquisadores usaram a ferramenta CRISPR para inativar cada um dos mais de 19 mil genes em células humanas infectadas com cada vírus, incluindo o SARS-CoV-2. Eles compararam, então, os efeitos moleculares de cada paralisação na capacidade de replicação do vírus.

Quais foram os resultados?

  • Além da proteína TMEM41B, descobriu-se que cerca de 127 outras características moleculares são compartilhadas entre o SARS-CoV-2 e outros coronavírus;
  • No entanto, dizem os pesquisadores, a TMEM41B foi a única característica molecular que se destacou entre as duas famílias de vírus estudadas;
  • Outra descoberta do estudo foi que as células com mutações na proteína TMEM41B eram 50% menos suscetíveis à infecção por flavivírus do que aquelas sem mutação genética.

Por que este estudo é importante?

Com a descoberta, os pesquisadores planejam mapear melhor qual o papel da proteína na replicação de covid-19 e, a partir disso, iniciar testes em possíveis candidatos ao tratamento. Os autores também explicam que esse estudo pode servir como um modelo para cientistas de todo o mundo para enfrentar futuros surtos virais.

Além disso, as outras 127 proteínas encontradas no estudo também podem ser investigadas como potenciais alvos de tratamento.