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Em estudo, pesquisadores dos EUA restauram perda de visão em camundongos

Descoberta pode auxiliar no tratamento de doenças relacionadas à idade, como glaucoma - iStock
Descoberta pode auxiliar no tratamento de doenças relacionadas à idade, como glaucoma Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

03/12/2020 14h08

Pesquisadores da Harvard Medical School, nos EUA, conseguiram reverter a perda de visão relacionada à idade e outros danos causados pelo glaucoma em um estudo feito com camundongos. Os resultados foram publicados no periódico Nature nesta quarta-feira (2).

O trabalho representa a primeira demonstração de que pode ser possível reprogramar, com segurança, tecidos complexos, como as células nervosas do olho, para uma idade mais precoce.

Além de zerar o relógio de envelhecimento das células, os pesquisadores reverteram com sucesso a perda de visão em animais com uma condição que imita o glaucoma humano — uma das principais causas de cegueira em todo o mundo.

"Se confirmados por meio de estudos adicionais, esses resultados podem ser transformadores para o tratamento de doenças da visão relacionadas à idade, como o glaucoma, e para os campos da biologia e de terapias médicas para doenças em geral", disse autor principal David Sinclair, professor da Harvard Medical School.

Entretanto, os cientistas alertam que as descobertas ainda precisam ser replicadas em estudos futuros, incluindo diferentes modelos animais, antes de qualquer experimento em humanos.

Como o estudo foi feito

A equipe usou um AAV (vírus adeno-associado) como veículo para injetar nas retinas dos camundongos três genes restauradores da juventude conhecidos pela sigla OSK (Oct4, Sox2 e Klf4).

No estudo, foram utilizados animais com nervos ópticos danificados e em camundongos com uma condição que imita o glaucoma humano.

Quais foram os resultados do estudo?

Houve um aumento de duas vezes no número de células ganglionares localizadas na retina e sobreviventes após a lesão. Também ocorreu um aumento de cinco vezes no crescimento do nervo.

O estudo concluiu que o tratamento com os genes OSK apresentou diversos benefícios para os olhos: promoveu a regeneração de nervos ópticos danificados; reverteu a perda de visão em animais com uma condição que imita o glaucoma humano e também restaurou a perda de visão em animais idosos sem glaucoma.

Por que este estudo é importante?

A conquista, segundo os pesquisadores, representa a primeira tentativa bem-sucedida de reverter a perda de visão induzida pelo glaucoma, em vez de apenas conter sua progressão.

Se replicada com mais estudos adicionais, a abordagem pode abrir caminho para terapias que promovam a reparação de tecidos em vários órgãos e revertam o envelhecimento e doenças relacionadas à idade em humanos.