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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Batom, fone, pinça, chinelo: por que é melhor não emprestar esses objetos

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Heloísa Noronha

Colaboração para VivaBem

23/11/2020 04h00

Não é só em tempos de disseminação global do coronavírus que devemos redobrar a atenção para evitarmos contrair doenças indesejáveis —e muitas vezes fatais. No dia a dia, é preciso tomar cuidado com o que emprestamos ou pedimos emprestado aos outros para evitar a contaminação e a transmissão de vírus e bactérias.

É importante lembrar que os riscos, na maior parte dos casos, são baixos considerando nossas defesas e nossa imunidade. No entanto, sempre que possível é melhor não correr o risco. Confirma alguns exemplos do que não se deve compartilhar:

  • Escova de dentes

Escova de dentes - cagkansayin/iStock - cagkansayin/iStock
Imagem: cagkansayin/iStock

Após a higiene bucal, bactérias presentes em nossa cavidade oral podem permanecer nas cerdas da escova. Se a emprestamos para alguém podemos transmitir gengivite, já que as gengivas de algumas pessoas sangram durante a escovação. Há, ainda, o risco de transmitir fungos como candidíase, vírus como herpes (que causa o famoso "sapinho"), sífilis e hepatites B e C, entre outras doenças.

  • Batom

Mulher passa batom vermelho - Jamie Grill/Getty Images - Jamie Grill/Getty Images
Imagem: Jamie Grill/Getty Images

Se uma pessoa está com herpes nos lábios, usa e empresta o batom, pode, sim, transmitir essa infecção. Outras infecções virais como a gripe podem ser propagadas dessa forma também.

  • Fones de ouvido

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Imagem: Getty Images

Os fones de ouvido podem ficar contaminados com bactérias e fungos, pois o conduto auditivo é úmido. Não é algo comum, mas o compartilhamento pode desencadear infecções locais, principalmente otites externas. Portanto, é sempre melhor não compartilhar ou limpar os fones de ouvido antes de emprestá-los ou colocar os de outra pessoa. O uso frequente, é válido ressaltar, aumenta o crescimento bacteriano nos ouvidos.

  • Roupa íntima

calcinha vagina - iStock - iStock
Imagem: iStock

Essas não devem ser em hipótese alguma ser compartilhadas, até por uma questão de higiene. É possível a transmissão do herpes vírus, que pode estar localizado na região genital, e de um tipo de pediculose (piolhos) que acomete os pelos pubianos. Micoses, que são provocadas por fungos, também podem ser transmitidas por esse uso em comum e causar infecções urinárias ou candidíase, por exemplo.

  • Toalhas

Não precisa ser a toalha mais gostosa do mundo - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Por ficarem constantemente úmidas, podem ser fonte de transmissão de bactérias, fungos e vírus. Além disso, parasitas como ácaros e escabiose (sarna humana) podem ser transmitidos. Lidar com roupa suja também costuma espalhar germes para as mãos, por isso a recomendação dos médicos é lavá-las bem após o manuseio das peças. Mas toalhas lavadas e bem secas podem ser emprestadas para uma visita, por exemplo.

  • Maquiagem para olhos

máscara de cílios maquiagem - Getty Images - Getty Images
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Em relação à maquiagem dos olhos, além de alergias o grande risco mesmo é pegar uma conjuntivite, uma infecção bem incômoda que pode ser viral ou bacteriana. Existe, ainda, o perigo de ocorrer a transmissão de bactérias e vírus mais agressivos via delineadores, lápis ou máscaras para olhos, que podem até comprometer a visão.

  • Pente ou escova de cabelo

Pente, pentear, cabelos - Thinkstock - Thinkstock
Imagem: Thinkstock

Bactérias e fungos da microbiota do couro cabeludo alheio podem "escapar" para a sua cabeça se você pedir pente ou escova emprestados. Além disso, parasitas como o piolho também podem ser transmitidos através desse método. É importante ressaltar que a dermatite seborreica (vulgo caspa) não se propaga por escovas ou pentes, é apenas uma tendência que algumas pessoas têm de a pele do couro cabeludo proliferar numa velocidade acima do normal e causar descamação, coceira e vermelhão no couro cabeludo.

  • Talheres

Descansar talheres - iStock - iStock
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Bactérias da nossa boca podem ficar presentes nos talheres após o uso. Além disso, alguns vírus —o da gripe, por exemplo— e fungos como a candidíase também costumam ser transmitidos dessa forma. Mães de crianças pequenas em processo de introdução de alimentos sólidos devem evitar dividir colheres com os filhos, sob o risco de contaminação numa fase em que as doses das vacinas necessárias ainda não foram completas.

  • Alicate de unhas

Alicate para cortar e desencravar unhas, Marco Boni - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O alicate de unha deve ser sempre esterilizado em autoclave, não vale só passar um álcool como forma de limpeza. Com isso evitamos especialmente de pegar infecções por fungos causadores de micoses nas unhas, que acabam necessitando de tratamento às vezes por tempo prolongado. E mais: há o perigo de transmissão de vírus das hepatites tipo B e C.

  • Desodorante

Desodorante, antitranspirante - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Os desodorantes usados através de contato (roll on e stick) podem ficar contaminados por bactérias (principalmente as que causam foliculite) e fungos da pele, provocando infecções e micoses. No caso do desodorante em spray não há problema, afinal, não tem contato com a pele.

  • Pedra pomes

Mulher esfoliando o pé com pedra pomes - Thinkstock - Thinkstock
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Seja sintética ou natural (à base de rocha vulcânica), a pedra pomes não é indicada para esfoliação dos pés por vários dermatologistas porque nem todo mundo a limpa, esteriliza e a seca com cuidado, o que aumenta as chances de virar um foco de bactérias e fungos —mesmo sem pedir ou emprestar a alguém. O ideal é adotar cremes a base de ureia para diminuir a espessura da pele das plantas dos pés.

  • Pinça

Pinça - Thinkstock - Thinkstock
Imagem: Thinkstock

Ao usar a pinça, geralmente provocamos microtraumas na pele que se transformam numa porta de entrada para vírus, a exemplo da hepatite. Além disso, pinças podem ter um acúmulo de bactérias e causar infecções de pele como impetigo, que provoca feridas avermelhadas no rosto.

  • Chinelo

Chinelo com meia - iStock - iStock
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Calçar os chinelos de alguém representa o risco de contrair micoses, pois esses calçados podem estar contaminados por fungos existentes nas plantas dos pés ou da famosa frieira, bastante comum e incômoda.

  • Sabonete em barra e esponja de banho

Embora o produto seja um agente de limpeza, o sabonete não tem a capacidade de matar todos os tipos de bactérias, vírus ou fungos. Então, a versão em barra não deve ser usada por duas ou mais pessoas, assim como as esponjas de banho, pelo risco de disseminar quadros de foliculite e até mesmo de herpes, apesar de as chances serem baixas.

Fontes: Christina Terra Gallafrio Novaes, infectologista pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Damaris Ortolan, dermatologista e tricologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); José Pedro Baptista Gonçalves, dermatologista do Hsanp, em São Paulo (SP); Juliana Cahali, dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); e Juliana Toma, dermatologista pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e fellowship em tricologia pelo HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).