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Sintomas depressivos aumentam risco de sofrer AVC, sugere estudo

Estudo acompanhou os participantes durante nove anos - iStock
Estudo acompanhou os participantes durante nove anos Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

05/11/2020 16h23

Existem fatores de risco mais comuns para uma pessoa sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas. Mas, de acordo com um estudo publicado no periódico da Academia Americana de Neurologia, sintomas depressivos passaram a ocupar uma posição importante nesta lista de fatores.

Segundo os pesquisadores, quanto mais sintomas de depressão a pessoa apresenta, maiores são as chances de ela ter um AVC. "Esses fatores de risco não tradicionais precisam aparecer em conversas sobre a prevenção de AVC", explica Virginia Howard, uma das autoras do estudo e também professora da Escola de Saúde Pública da Universidade do Alabama, nos EUA.

Além disso, um dos objetivos dos pesquisadores era entender se os sintomas depressivos explicariam o aumento de risco que os negros dos EUA têm em sofrer um acidente vascular cerebral, especialmente no sul do país.

Como foi realizado o estudo?

O estudo incluiu mais de 9.500 pessoas negras e 14.500 brancos moradores dos Estados Unidos, com mais de 45 anos e sem histórico de AVC. Os pesquisadores usaram uma escala de 1 a 4 para determinar com qual frequência a pessoa se sentia triste, deprimida, solitária ou quando tinha crises de choro.

Outro fator importante é que o estudo acompanhou os participantes durante nove anos. Sendo que, neste período, 1.260 pessoas tiveram AVC.

O que os resultados mostraram?

Os resultados mostraram que os participantes que marcaram de 1-3 na escala de depressão tiveram um risco 39% maior para AVC, comparado com os participantes sem sintomas depressivos. Já os que tiveram pontuação maior do que 4 na escala apresentaram um risco 54% maior.

Outra conclusão do estudo é que a raça não foi um fator de risco para o AVC, mas trouxe outro tema ao debate. "A depressão, em muitos casos, não é detectada e nem diagnosticada em pacientes negros, que frequentemente têm menos probabilidade de receber tratamento e que seja eficaz", disse Cassandra Ford, outra autora do estudo, também da Universidade do Alabama.

Para concluir, a pesquisadora disse que as descobertas apresentadas pelo estudo mostram que mais pesquisas precisam ser conduzidas para explorar os fatores de risco não tradicionais para o AVC.

Por que este estudo é importante?

De acordo com as pesquisadoras, o resultado do estudo mostra que os sintomas depressivos devem ser abordados em conversas, com médicos e especialistas, para a prevenção do AVC —e não apenas os fatores de riscos mais comuns, como diabetes e hipertensão.